EXTRATO DE: A NOVA CULTURA DO DESEJO

Os segredos sobre o que move o comportamento humano no século XXI

Autora: Melinda Davis

Editora: RECORD 2002/2003 (li em 2009)

 

 

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A lista das coisas que desejamos e precisamos adquirir, fazer, experimentar e alcançar é maior e mais indispensável do que nunca.

 

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Embora não apreciemos a idéia de que até mesmo nossa vida mais íntima é governada pelas leis do mercado, ela é.

 

No campo agetivo e no racional prevalecem aqueles que sabem falar ao desejo humano.

 

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Cerca de 95% de todos os produtos novos, por exemplo, estão destinados ao fracasso financeiro e ao esquecimento.

 

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Por que desejamos as coisas que desejamos e fazemos as coisas que fazemos?

 

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O que desejamos determina quem somos e o que vamos fazer deste mundo.

 

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O imagético ee o invisível, o misterioso, o intangível, o interior, o inalcançável, conhecido em alguns círculos como realidade não usual ou realidade baseada na consciência, o triunfo do invisível, o Efeito Castaneda, a ciência irônica ou, ocasionalmente, pelos céticos, como uma invencionice.

 

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O futuro está todo na cabeça de cada um.

 

A WWW deu ímpeto ao fenômeno que define a segunda parte da Histooria da Humanidade: o abando no da realidade física como o principal hábitat da nossa espécie.

 

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O mais importante hoje é a experiência imagética. A partir de um evento no mundo físico exterior, noticiamos com a maior urgência a reação imagética, o que se pasa dentro das cabeças das pessoas diante dele, quer se trate de uma competição esportiva ou de um acontecimento histórico global.

O que não é material n ao ee mais “imaterial”.

A realidade não é uma coisa, mas um moviemento.

Na nova ordem das coisas não há mais lugar para avaliações objetivas do tipo “vamos levantar o caopô e dar uma olhada”.

 

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A verdade tornou-se opinião, probabilidade, sonho ou, nas palavras do físico John Wheeler, “um vôo da imaginação”.

 

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O mundo físico como ambiente humano básico acabou.

 

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Eis uma grande novidade: estamos perdendo a privacidade. O mundo inteiro sente-se cada vez mais no direito de invadir nossas mentes. Novas tecnologias e estratégias tecnológicas removem os portais de nossos mundos pessoais eletrônicos e ecerebrais.

 

Antigamente precisávamos chamar o fluxo de dados antes de sermos inundados de infos. Agora os dados podem entrar e sair do nosso mundo eletrônico mais íntimo (nossas mentes!) ao seu bel-prazer.

 

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A General Motos está desenvolvendo uma tecnologia que observa os movimentos dos olhos do motista através de um sensor no volante para detectar uma queda de concentração, normalmente conhecida como cochilo. Deus ex machina.

 

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“A passagem do tempo é simplesmente uma ilusão criada por nossos cérebros.” – Julian Barbour, físico.

 

 

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Segundo uma pesquisa de 1999 da Gallup, 60% dos americanos possuíam investimentos no mercado de ações, contra 8% na década de 1950. No período de cinco meses, de novembro de 2000 até março de 2001, os investidores americanos viram mais de 3 trilhoes de dólares em seus portfolios de ações desaparecerem no ar. Essa cifra representa mais do que o produto interno bruto de toda a África. Frequentemente, não apenas os bens de uma companhia são imagéticos – suas propriedades intelectuais, a idéia para uma idéia, um conceito – como seu valor também é imageticamente determinado: inflacionado ou mal representado por práticas criativas de contabilidade, a nova onda de vaporware, ou a efeméride do lucro futuro.

 

Um IPO é um idéia sobre como uma idéia pode fazer algum dinheiro. (...) É proibitivamente difícil unior entidades imagéticas de culturas empresariais divergentes, opondo sensos de identidade e colidindo visões sobre quem está por cima e quem vem primeiro. Esta é a idéia que algumas pessoas fazem de como são o céu o inferno imagéticos.

 

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Em nome da defesa dos Estados Unidos, o Pentágono desenvolve estratégias novas para proteger o pais contra um ataque em sua base de poder mais oculta: a rede de infos e comunicações.

 

O pentágono anunciou o estabelecimento de uma nova iniciativa, o Pentagon Office of Strategic Influence (Departamento de Influencia Estratégica do Pentágono). Sua missão: assumir a ofensiva imagética plantando na mídia estrangeira noticias – ocasionalmente verídicas, ocasionalmente falsas – para influenciar o sentimento publico no exterior.

 

Depois da manifestação de repulsa do publico, o governo rapidamente anunciou que o Pentagon foi encerrado.

 

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Uma pesquisa sobre o Viagra concluiu que 24% do uso do medicamento é para masturbação.

 

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Numa história extraofinaria de coragem e discernimento, um jovem e seus pais na Califórnia tomaram a dcisao de amputar suas duas pernas perfeitamente saudáveis, mas “deficientes” – pernas que ficaram inutilizadas devido a um defeito de nascença que confinou o garoto a uma cadeira de rodas – e substituí-las por um par novo de “pernas flexíveis” criados pela bioengenharia. Essas pernas permitem que ele ande, e até mesmo corra como um atleta.

 

“A vida não orbita o corpo a muito tempo.” – um vendedor paraplégico.

 

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A meditação – a ruminação incessante do imagético – se tornou o esporte nacional dos Estados Unidos.

 

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Vários especialistas do Next Group já relataram que a clonagem de um ser humano já foi realizada, mas com resultados infelizes, e mantida em segredo. O primeiro ser humano clonado com sucesso pode ser apresentado ao mundo em seu primeiro dia na escola. (...) No mundo inteiro tenta-se reallizar a clonagem humana: desde clínas de fertilidade, companhias farmacêuticas e cabanas na América do Sul. A maioria desses projetos é conduzida por indis com missões pessoais, convictos do direito do homem em criar o homem.

 

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Defrontamo-nos com a obrigação de fazer escolhas muito perturbadoras: Queremos descobrir se estamos fadados a uma doençca? Queremos que essa realidade imagética seja revelada, para nós mesmos ou para a soci em geral? Porque para os planos de saúde, um beneficiário que pode desenvolver uma condição clinica é virtualmente um beneficiário que já está doente.

 

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A tela é, sob muitos aspectos, nossas rodinhas de bicicleta, nosso primeiro passo para desenvolver um nível de conforto no relacionamento não com o ogjeto real, mas com a representação eletrônica do objeto na tele, que de certo modo é mais real que o próprio objeto.

 

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A mudança da realidade física para a imagética é uma experiência desestabilizadora.

 

É estímulo demais e não dá pressenti-lo!

 

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Sentimo-nos fora de forma e ansiosos, num mundo onde o eu e o não-eu deixaram de ser uma constante, onde marcos antes duráveis estão desmoronando, roubando-nos o conforto dos limtes sólidos e dos pontos de refereencias estaaveis. Onde devemos colocar nosso centro, nosso porto seguro, nossa base?

 

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A realidade se reconfitura a cada sete segundos. “Corra!”. “Visão. Antecipe-se à curva!”

 

A emoção já passou. O novo é difícil.

 

Passou a ser mais importante proteger-se da novidade do que deixar-se seduzir por ela. Procuramos nos elevar acima do processo de criação e assimilação em direção a um mundo tecnológico cada vez mais complexo e superacelerado para entoa perguntarmos: Por quê? Qual é o sentido dessa nova ordem da realidade? Qual é o propósito de uma existência humana que se tornou um complicado e invetavel fluxo de dados, um suprimento devastador de estímulos vindos de todos os lados, piscando e bipando, e exigindo uma reação do ser humano, numa situação sem precedentes? Qual é o bojetivo comum? Qual é o destino final? Quem somos nós e por que estamos aqui?

 

À pergunta “Onde você quer ir hoje?” a resposta é “Onde é que estou agora?”

 

A transferencia para a realidade invisível é tão desnorteante porque ela própria é bastante imperceptível.