EXTRATO DE: A ESSENCIAL ARTE DE PENSAR

Ensaio Filosófico Sobre o Pensamento e a Reflexão

Autor: José D. Matos – Ed. Livre Expressão – fev/2012

josematosconsultoria@gmail.com

jmatos@chateaux.com.br

 

PREFÁCIO DO AUTOR

Para pensar melhor, é preciso ler. Quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê.

 

Quem não tem o hábito de ler vive na prisão egoísta de si mesmo.

 

Colocar-se no lugar do outro significa pôr de lado o próprio eu.

 

PRIMEIR PARTE

Para Que Serve o Pensamento e a Reflexão?

 

Para Hans-Hermann Hoppe, o Estado é o grande responsável por todas as mazelas que levam às crises financeiras vividas pelos países (capitalistas ou socialistas) pois, por meio dos bancos centrais, o Estado pode imprimir dinheiro a seu bel prazer a pretexgo de conter as crises.

 

Para John Maynard Keynes, não há como prever o que acontecerá no  futuro tendo por base as decisões tomadas no presente.

 

 Segundo Hopper (ou Hoppe?) as decisões não são discutidas com a sociedade, mas impostas em nome da “governabilidade”.

 

A letargia que tomou conta de corações e mentes (...) leva à passividade e favorece a prática de uma democracia autoritária.

 

Platão diziz que é preciso ir além das aparências para chegar à essência das coisas.

 

E Sócrates dizia que o pensamento reflexivo leva o homem ao “bem viver”.

 

Para Leonardo Boff, a estrutura central do ser humano não é a razão e sim o afeto.

 

Para Nietzsche não  existe distinção entre pensar, ser e agir. Ele acreditava que a vida não possui valores morais intrínsecos, pois são os homens que dão significado à vida que, para ele, é semelhante a uma criação artística livre, sem predeterminações.

 

Henri Bérgson defende que o ato de pensar é antes de tudo o ato de intuir.

 

A filosofia, tanto o quanto a vida, é um combate constante, uma construção, um exercício pleno de continuar subindo o morro rumo ao pico (o conhecimento), mesmo sabendo que podemos escorregar, cair e ter que começar tudo de novo, conforme nos revela a alegoria mitológica de Sísifo.

 

Filosofar é pensar criticamente.

 

Para o sociólogo contemporâneo Zygmunt Bauman, as relações humanas e o comportamento são “líquidos”, pois estão submetidos a um permanente estado de mudança e transformação.

 

O objetivo de Nietzsche era buscar a verdade por meio de uma sínteses sobre os múltiplos aspectos do saber humano.

 

Para André Comte-Sponville, filosofar é pensar de preferência a conhecer, questionar de preferência a explicar... não é um saber a mais, mas uma reflexão sobre os saberes disponíveis, que visa menos à ciência do que à sabedoria, menos a aumentar nosso conhecimento do o que a pensá-lo ou a ultrapassá-lo, interrogando-se sobre o conjunto do real, sobre o ser ou sobre o absoluto (metafísica), sobre o que nós podemos saber (teoria do conhecimento), sobre o que devemos fazer (moral), sobre o que podemos viver (ética, política, arte, estática) ou esperar (fé).

 

Para Baudrillard não existe o universal, apenas a singularidade.

 

Kant alerta: afinal, até onde podemos confiar na razão?

 

Para Kanta, a metafísica é uma ilusão, pois não está sujeita à experiência empírica. Para ele, todo conhecimento das coisas provenientes apenas do entendimento puro ou da razão pura não passa de ilusão; só na experiência há verdade.

 

Edgar Morin pergunta:”O que é o homem?” E responde: “Sabemos todos que somos animais da classe dos mamíferos, da ordem dos primatas, da família dos hominídeos,  do gênero homo, da espécie sapiens... um ser de uma afetividade intensa e instável, que sorri, chora, um ser ansioso e angustiado, um ser ébrio, extasiado, violento amante, invadido pelo imaginário, um ser que sabe que existe a morte e que não pode acreditar nela, um ser que secreta o mito e a magia, um ser possuído pelos espíritos e pelos deuses, um ser que se alimenta de ilusões e quimeras, um ser subjetivo cujas relações  com o mundo objetivo são sempre incertas, um ser submetido ao erro, um ser úbrico que produz desordem... somos obrigados a ver que o homo sapiens é também home demens”.

 

Para Fernando Pessoa o homem é um animal irracional, exatamente como os outros. A única diferença é que os outros são animais irracionais simples, o homem é um animal irracional complexo. (...) A humanidade divide-se em três classes sociais verdadeiras: os criadores de arte; os apreciadores de arte; e a plebe. (...) Toda a vida e história da humanidade é uma coisa, no fundo, inteiramente fútil, não se percebe para que há; e só se percebe que tem que haver. A plebe só pode compreender a civilização material. Julgar que quer ter automóvel e ser feliz é o sinal distintivo do plebeu. O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não  sabemos”.

 

SEGUNDA PARTE

Aonde, Quando e Porque Surge a Arte de Pensar

 

A Realidade e o Mito – A Primeira Revolução do Pensamento

 

Se não há liberdade não há pensamento crítico. [Os ditadores invertem esta proposição para “Para não haver crítica, impeça-se a liberdade de pensamento”.

 

A aristocracia grega dos guerreiros usava o discurso retórico para influenciar e convencer os novos ricos acerca de suas teses. Assim, surgiu o movimento filosófico denominado “sofisma”, capitaneado por pensadores que acreditavam que o discurso coerente, orientado pelo logos, tinha o poder ilimitado de convencer e persuadir. Os filósofos sofistas acreditavam que o logos (entendido aqui como discurso lógico e racional) era capaz de levar ao convencimento, mas nunca à verdade, pois essa não poderia ser alcançada unicamente pelo uso da razão, o que revela que a força do mito ainda era grande. Os filósofos sofistas ainda viviam sob a influência do mito, mesmo usando a razão para a pratica do seu discurso retórico.

 

Sócrates era um homem pobre, feio, maltrapilho, de hábitos simples, mas muito metódico e carismático. Era casado e tinha dois filhos. Ou seja, era um homem comum. Costumava caminhar pelas ruas de Atenas, onde encontrava as pessoas e as exortava a debater sobre determinados temas, visando estabelecer critérios capazes de diferenciar a verdadeira sabedoria daquilo que era considerado verdadeiro pelas crenças e práticas do homem ateniense, crenças que representavam a simples aceitação de regras que levavam à acomodação intelectual.

 

A técnica utilizada por Sócrates (maiêutica) visava demonstrar que a razão é suficiente para a descoberta das mais importantes verdade acerca do mundo e do homem. Pra isso propunha o uso da dialética, uma ferramenta capaz de dissecar uma tese, uma afirmação, ou uma verdade até os seus ínfimos elementos, visando questionar a certeza daqueles que se julgavam sábios.

 

Sócrates se apresentava como a parteira que ajudava a fazer nascer a verdade.

 

Sócrates questionava: “Você me diz qua a coragem é uma coisa importante (uma virtude) para o homem grego. Mas afinal o que é a coragem? Você afirma que a virtude deve ser cultivada. Mas o que é a virtude? Você defende que se deve fazer justiça. Mas o que é a justiça? Você se encanta com aquilo que é belo. Mas o que é a beleza?

 

O que se deve buscar compreender é o “conceito” de beleza, de justiça, de virtude. Cabe à filosofia encontrar o melhor conceito para além das opiniões contrárias e divergentes.

 

O Pensamento e a Reflexão na Elade Grega e no Resto do Mundo

 

Foi somente na Grécia antiga que os pensadores puderam desenvolver teorias baseadas unicamente na especulação racional, notadamente a partir de Platão, sem qualquer concurso de crenças ou mitos.

 

Para os chineses a vida se explica pela convivência harmônica entre os contrários (Yin e Yang)

 

Um dos maiores legados deixados pela filosofia grega é o que se refere à idéia de que os homens, por natureza, aspiram ao conhecimento e à verdade, buscam a felicidade e a justiça, e se encantam com a beleza e o amor.

 

Para o budismo tudo na vida é efêmero, pois não há eu individual nem alma permanente. Não há um ser maior eterno e uno (...) mas apenas o não eu. Para os budistas tudo no mundo é transitório e o sofrimento humano resulta da ignorância acerca dessa verdade inexorável. O homem não e melhor nem pior do que os outros seres, pois todos estão ligados a uma vasta cadeia universal onde tudo se relaciona mutuamente, numa vasta rede de interdependência.

 

A mudança é a coisa mais certa que existe. Assim é a vida.

 

Zenão propôs o Reductio ad Absurdum – técnica que permite que em vez de demonstrar que uma posição sobre um assunto não é verdadeira, leve o expositor da tese ao exame das conseqüências inaceitáveis que ela teria se fosse correta. Dos seus 40 paradoxos os 2 mais conhecidos são os da flecha e o da corrida entre Aquiles e a tartaruga. No primeiro argumenta que uma flcha movendo-se do arco até o alvo precisava transpor uma porção menor que a sua trajetória (...) indefinidamente, ad infinitum. Assim em tese, a flecha jamais pode atingir o alvo. [e portanto] nada se move jamais. No outro, Aquiles era um exímio corredor, por isso é dado à tartaruga uma vantagem de dez metros na largada.   

 

Perguntava Xenófanes: “Se os deuses se assemelham aos homens, então ele podiam mentir, roubar e matar?”

 

Os sofistas acreditavam que todo conhecimento é relativo, nada é absolutamente verdadeiro, pois não há provas ou demonstrações definitivas.

 

Segundo Protágoras, um bom sofista poderia ganhar uma discussão sobre qualquer assunto mesmo estando errado. Seu contemporâneo Górgias chegou a afirmar que o conhecimento do assunto em um debate era desnecessário, porque toda opinião é falsa e as palavras não têm nenhum significado fixo, pois servem apenas para lisonjear e persuadir.

 

Para Sócrates, o objetivo mais nobre da filosofia é o de aperfeiçoar a alma dos homens visando uma vida que mereça ser vivida.

 

TERCEIRA PARTE

 

PLATÃO E O REFINAMENTO DA ARTE DE PENSAR

A SEGUNDA REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO

 

A obra de Sócrates ficou conhecida por meio dos textos escritos por Platão, notadamente os Diálogos, já que ele não chegou a escrever uma só linha sobre a sua prática filosófica. (...) O termo aforismo designa uma proposição breve, concisa, que encerra algum ensinamento de ordem moral ou uma reflexão filosófica profunda.

 

Platão não apenas relata o que Sócrates (“o mais sábio dos homens”) havia feito e dito, como também se faz representar na figura do seu mestre. Ou seja, Sócrates era uma representação daquilo que o próprio autor pensava. Platão não figurava nesses Diálogos, preferindo ter Sócrates como protagonista, o que torna difícil discernir se as idéias explressadas nesses textos (os Diálogos) pertenciam ao mestre ou ao discípulo.

 

Platão concluiu que o problema não estava no regime de governo, mas no modo como os homens atuavam quando chegavam ao poder.

 

De volta a Atenas, Platão fundou a sua Academia, em 387 a.C., uma escola filosófica destinada a ser um centro de estudos superiores para a aprendizagem da matemática (influenciado por Pitágoras), da dialética (influenciado por Sócrates), da teoria do conhecimento (influenciado pelos pré-socráticos, notadamente Heráclito e Parmênides) e da metafísica (influenciado por tudo aquilo que havia aprendido em suas viagens e pela mitologia grega e egípcia).

 

Os sofistas perguntavam: Qual seria o critério de verdade que garantiria que realmente atingiu-se algo inquestionável. (...) Trata-se portanto de usar um critério que possa ser satisfeito quando alguém chega a conhecer objetos perfeitos e imutáveis.

 

Platão teria dito: “Filosofar não é algo simples, pois o processo dialético, que leva à verdade, dá muito trabalho, e para isso é preciso separar o mundo das essências do mundo das aparências”.

 

Por exemplo, a essência de cavalo é eterna, mas o cavalo em si mesmo é provisório e finito. Mesmo que o meu cavalo morra, eu sempre poderei pensar na ideia de cavalo para “sentir” a sua presença. 

  

Platão denominou de Idéias (Teoria das Idéias) aquilo que pertence ao mundo das coisas imateriais, o que reforça sua crença na existência da alma eterna que, segundo ele, habita a dimensão das formas. Originalmente o homem era somente alma e existia somente no mundo das Idéias. Assim, alma e corpo encontram-se juntos provisoriamente durante a vida presente. Quando a alma encarna (com o nascimento) elas esquece aquilo que havia contemplado nas “formas ideais”. A alma simples, invisível e espiritual habitava junto com as idéias no hiperurânio, (mundo das Idéias), porque a alma humana tem o conhecimento inato das Idéias originais. A s sucessivas reencarnações (metempsicose) da alma afastam-na cada vez mais da origem. Isso explica por que o homem não consegue enxergar a verdade, pois sua alma a “esqueceu” após sucessivas encarnações.

 

O mundo sensível nada mais é do que uma “participação” no mundo intelectual das Idéias preexistentes à nossa existência física. Se existem homens é porque existe a Idéia de homem. Se existem flores é porque existe a Idéia de flor. Se existem pessoas justas é porque existe a Idéia de justiça. E assim por diante.

 

Platão propôs uma metafísica baseada na transcendência da matéria, que privilegia a existência de uma realidade suprassensível governada por uma força que está “além” da compreensão humana (o demiurgo).

 

Mas por que Platão propunha que a teoria (o intelecto) fosse o alicerce das ações práticas? Segundo ele, é justamente no processo de abstração que forjamos critérios capazes de alicerçar nossas decisões práticas, pois esses critérios estão baseados em princípios e verdades universais.

 

Platão pretende revelar o pensamento do homem comum, condicionado e limitado pelo seu modo de vida, que não permite que pense por si mesmo, pois só consegue ver as sombras da realidade. Então, a força do hábito tende a levá-lo novamente à acomodação, porque a força de Eros provoca desconforto e imensos conflitos na alma. (...) pois não como vencer a acomodação sem luta e sofrimento.

 

Vimos até aqui que a filosofia se faz por meio da elaboração de conceitos que precisam resistir a qualquer questionamento para que tenham validade. (...) Schopenhauer, influenciado pelo misticismo oriental, considera a própria vida um nada, “algo que afunda ou retorna a esse vazio primordial”.

 

Para Aristóteles, existem dois tipos de demonstração, a saber: stricto sensu e lato sensu. Na demonstração stricto sensu a própria forma lógica demonstra necessariamente a verdade. Enquanto que na demonstração lato sensu o que se atinge é o verossímil, pois esta verdade depende daquilo que é válido pelos homens considerados sábios. Portanto, para ele, a verdade dialética é obtida a partir da análise das opiniões contrarias ou contraditórias.. Mas como é possível alcançar a verdade dialética? Aristóteles responde afirmando que a dialética pressupõe alcançar múltiplas verdades.

 

O conceito de pensamento complexo só foi concebido recentemente pelo pensador Frances contemporâneo Edgar Morin.

 

Aristóteles ressalta a importância da diferenciação entre os conceitos de essência (em grego, ousia) e acidente. (...) Consideremos a distinção entre a frase “o cavalo é um animal”, que designa a essência de “cavalo”. E a frase: “o cavalo é branco”, que designa uma característica acidental da essência de “cavalo”, pois nem sempre um cavalo é branco. Outra distinção importante feita por ele se refere ao conceito de necessidade e contingência. As características essenciais de “cavalo” são necessárias, enquanto as características acidentais são contingentes, pois “é branco” é apenas uma contingência da condição de ser um cavalo.

 

Para Aristóteles o processo mental que leva ao raciocínio inteligível é composto de três estágios, a saber: 1) a abstração: que é responsável pela formação de um conceito universal a partir da reunião dos traços característicos do objeto pensado; 2) o juízo: que é a junção e a relação entre os vários conceitos produzidos pela abstração operada pelo intelecto; 3) o raciocínio: que é a capacidade de tirar conclusões a partir da elaboração de certos juízos. (...) Ele demonstrou também que uma coisa pode ser única, e ao mesmo tempo múltipla. Para isso usou o exemplo  da semente que é, em ato, simples semente, mas contém a potência de vir a ser uma árvore. Por sua vez a árvore é árvore em ato, mas também é madeira em potência, que por sua vez é madeira em ato, mas também é lenha em potência, e assim por diante.

 

Aristóteles propõe quatro dimensões de causalidade, a saber: causa formal, causa material, causa eficiente e causa final. Tudo que existe e acontece resulta da combinação dessas quatro causas.

 

Os filósofos escolásticos formularam o principio de que “Nihil in intellectu quod prius non fuerit in sensu” (não há nada no intelecto que primeiro não tenha estado nos sentidos).

 

Para Platão “conhecer é recordar”. E para Aristóteles a inexperiência leva ao acaso e este não constitui saber.

 

O criacionismo é uma tese bíblica restrita ao campo da fé religiosa, Enquanto que a teoria da seleção natural de Darwin é uma hipótese desenvolvida dentro do rigor cientifico e que oferece demonstrações concretas acerca desta hipótese. São campos de conhecimento muito distintos que não podem ser tratados da mesma maneira. Uma coisa é certa, se Deus existe ele tem muito ouço a ver com a nossa realidade terrena. Basta olhar para o mundo e constatar essa verdade.

 

Princípio lógico da evidencia irrefutável, ou principio da não contradição. Se há alguma contradição, então não se pode chegar à verdade.

 

Para Aristóteles a virtude é um hábito e, portanto, pode ser ensinada. (...) Se desde a infância aprendemos a cultivar valores éticos, certamente seremos homens dotados de ética quando adultos. Isso serve para o magistrado, o político, o filosofo, o cientista, o artista, o médico, ou para o homem comum das ruas. Nesse sentido, a ética aristotélica ainda continua atual, mesmo num mundo tão aético e desumano.

 

QUARTA PARTE

A BUSCA HUMANA PELA VIDA QUE VALE A PENA

A TERCEIRA REVOLUÇÃO

 

Os cínicos praticavam uma vida radical. (...) Desprezavam o dinheiro e as conveniências da vida em sociedade, em nome de uma rotina radicalmente simples que levava em conta a instancia interior do homem. Faziam questão de demonstrar seu desprezo pelas regras e pelas leis da sociedade. Muitas vezes se masturbavam ou faziam amor em público objetivando reafirmar esse desprezo.

 

Para os naturalistas (Demócrito, Epicuro), há uma infinitude de mundos que nascem e morrem o tempo todo ao longo da existência. Nosso universo é apenas um deles.

 

A física epicurista vai buscar no atomismo de Demócrito os seus fundamentos, visando demonstrar que toda a realidade se reduz aos átomos, que se combinam e se separam “ao acaso”. (...) Para eles os deuses não se ocupam do homem. Ou seja, se os deuses existem de fato, eles não interferem no cotidiano das pessoas.

 

Lucrécio ensinava que não havia por que temer o desconhecido, pois nenhuma potencia oculta ou malévola pode exercer influencia sobre os homens. (...) E dizia: “Porque, se os homens vissem diante de si o fim certo dos seus males, teriam força para resistir às superstições e às ameaças dos padres; sentem-se impotentes porque julgam que têm de sofrer depois da morte castigos eternos”. Para ele, a morte é simplesmente a dissolução  dos átomos no ser vivo.

 

Para Epicuro, o verdadeiro prazer é aquele que resulta de um “estado de equilíbrio”, em que não há fome, nem sede, nem frio, nem aflição de qualquer natureza.

 

Para os epicuristas, “os deuses não são feitos para temer, a morte não é  feita para amedrontar, o bem não é fácil de atingir, nem o mal, de suportar.” (...) Portanto, a solidariedade para com o outro é prática obrigatória que deve ser seguida e estimulada.

 

Para Lucrécio, o medo da morte está na base de todas as paixões que tornam os homens infelizes. (...) “A morte nada é para nós, visto que nos astamos a nós mesmos; a morte nada é e, quando a morte é, não existimos mais”.

 

Para os epicuristas devemos ser imensamente gratos pelo dom maravilhoso da existência. Isso por si só já é um prazer a ser cultivado.

 

Cícero escreveu: “Epicuro diz que de todas as coisas que a sabedoria nos proporciona para uma vida plena de felicidade, não há nada superior, mais fecundo, mais agradável que a ammizada.”

 

Para o estoicismo o mundo é Deus.

 

Para o estoicismo, ao contrário da crença pregada pelo cristianismo, só é possível ser salvo por si mesmo, pois }Deus é o mundo em que vivemos. Nada mais do que isso.

 

No epicurismo a felicidade faz a virtude. No estoicismo a virtude faz a felicidade.

 

Para os epicuristas a resposta está na observação, pois é ela que permite “captar” aquilo que experimentamos. Já para estóicos a resposta está no próprio corpo humano, pois as impressões formam uma representação na mente quando recebemos o estímulo sensorial.

 

Para os céticos, os homens são diferentes mesmo dispondo de órgãos sensoriais semelhantes que captam as mesmas sensações. E as representações podem diferenciar de pessoa para pessoa.

 

Em filosofia aprendemos que os conceitos filosóficos podem ser elaborados de três maneiras: por analogia, por semelhança e por experiência.

 

Para os estóicos, não existe nenhum Mal, pois tudo acontece de acordo com a orquestração do universo que leva ao Bem.

 

Isso é o que faz da arte de pensar a arte de viver, razão de ser deste ensaio. Sem esse debate de idéias a vida se torna enfadonha, sem graça e obvia demais. Uma vida não merece ser vivida. [Esta é uma grande idiotice dita pelo autor. Para ele só merecem a vida os intelectualizados!!!]

 

QUINTA PARTE

A INFLUÊNCIA DA CRENÇA CRISTÃ

A QUINTA REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO

 

A partir de 176 a.C., e especialmente durante a vida do imperador Marco Aurélio (50 a 130 d.C.), o império  romano perdia seu antigo esplendor, pois a cultura Greco-latina já vivia sob a influência do cristianismo ascendente.

 

Os medíocres e os hipócritas não têm nenhum interesse pela arte de pensar, pois se contentam em permanecer na superficialidade dos pensamentos resultantes das artimanhas do ego. São pessoas que não sabem o que é ter um espírito livre. [Nova escorregada]

 

Somente o mundo inteligível (mundo das Ideias) pode levar o  homem a um degrau mais elevado, qual seja o da realidade suprema, ao “princípio imprincipiado”, ou mundo do suprassensível, onde reside o Demiurgo, o ser responsável pelo todo existencial. [Nova escorregada]

 

Filosofar da muito trabalho. Certamente esta não é uma tarefa para pessoas acomodadas e preguiçosas. [!!!!!?????]

 

SEXTA PARTE

IDADE MÉDIA

MIL ANOS DE EMBATE ENTRE FÉ E RAZÃO

 

Idade média (ou Idade das Trevas): século V ao século XV

 

Revela Santo Agostinho: “Quando eu estava decidindo servir inteiramente ao  Senhor meu Deus, como já havia estabelecido há muito, era eu que queria e eu que não queria. Era exatamente eu que nem o queria plenamente, nem o rejeitava plenamente. Por isso lutava comigo mesmo e dilacerava-me a mim mesmo...”.

 

Se por um lado optamos pelo caminho da fé religiosa, encontramos algum alento para as nossas dúvidas. Quando porém optamos pelo  questionamento cético, a angústia toma conta de nossa alma, pois sabemos que a rigor não há nada de concreto que nos garanta que exista álbum propósito em nossas vidas.

 

Agostinho diz: “O homem olha para o que é verdadeiro tanto com fé como com a inteligência”.

 

Para ele, o conhecer tende à verdade, e esta se identifica com Deus.

 

E mais: “Não bustques fora de ti (a verdade). Entre em ti  mesmo porque a verdade está no homem interior.”

 

Se Deus é o supremo bem, então ele não poderia ter criado o mal.

 

O intelecto percebe as coisas (contemplatur) e as examina (cogitat); o resultado é a experiência do saber (aspit) que leva ao raciocínio (consilatur), e daí ao exame daquilo que é pensado (animo tractat) visando expressar-se por meio da palavra.

 

Para os empiristas, nada existe no intelecto que antes já não tenha preexistido nos sentidos.

 

Averróis acreditava que cada espírito humano tem o direito e o dever de interpretar o Corão da maneira mais perfeita possível, tarefa que deve ser executada somente por homens intelectualmente bem preparados.

 

A polícia norueguesa afirmou não estar preparada para lidar com o absurdo. E a polícia brasileira está?

 

Sabemos hoje (2012) que existe entre 1 bilhão e 30 bilhões de planetas somente em nossa galáxia. E cerca de 100 bilhões de galáxias no universo.

 

Na época em que Jesus viveu não havia escrita e, portanto, o Velho Testamento não passa de um livro de literatura que foi sendo escrito ao longo de séculos por meio da tradição oral.

 

Diz Dawkins: “Os fundamentalistas sabem que estão certos porque leram a verdade num livro sagrado. A verdade de um livro sagrado é um axioma, não o produto de um processo de raciocínio. O livro é a verdade e, se as provas parecem contradizê-lo, são elas que devem ser rejeitadas, não o livro.”

 

Pensar criticamente pode ser [e é] muito inconveniente aos detentores de argumentos de autoridade.

 

Segundo Simon Baron-Cohen, pessoas que praticam atos de crueldade possuem uma deficiência em determinadas regiões do cérebro. E isso não tem nada a ver com livre-arbítrio, mas com anomalias.

 

Segundo o filósofo contemporâneo inglês Roger Scruton, o excesso de políticas assistencialistas gera a concessão de direitos sem a contrapartida em deveres.

 

Análises superficiais sempre nos levam a conclusões precipitadas.

 

[Ele mesmo diz que] não se trata aqui de discutir se as teses científicas sobre o problema do mal devem ou não ser aceitas como verdades absolutas. Mas de levar em conta as novas descobertas da ciência visando lançar mais luz sobre a discussão em torno da crença na existência de Deus e a ocorrência do mal. É para isso que serve a filosofia.

 

A aposta de Pascal: Uma vez que não sabemos se Deus existe ou não, (...) a decisão mais racional a tomar é buscar as maiores possibilidades de ganhar o pêmio. (...) E a melhor maneira de fazer isso é acreditar na existência de Deus.

 

William James insurgiu-se contra, dizendo que teria grande prazer em impedir que alguém acreditasse nele (Deus) com base nesse tipo de pensamento (...)

 

Para James, a verdade não é alcançada por nenhum tipo de abstração, mas quando conhecemos a sua utlidade prática. Ou seja, a verdade é o que nos é útil

 

É preciso esclarecer que, para o homem que vivia na época medieval, não havia distinção alguma entre filosofia e ciência.

 

O termo “humanismo” se refere a uma prática intelectual que privilegiava as chamadas artes liberais, quais sejam: poesia, história, retórica, literatura e gramática, alem da filosofia moral.

 

SÉTIMA PARTE

O PENSAMENTO MODERNO

A SÉTIMA REVOLUÇÃO

 

Outro fator que marcou o pensamento moderno foi o predomínio da subjetividade, entendida aqui como um esforço intelectual para alcançar verdades seguras e indubitáveis, ou seja, formas do entendimento humano.

 

George Berkeley, uma imaterialista, nega a existência da matéria e propõe que só as idéias existem. Ou seja, tudo o que pensamos existir fora de nós, na verdade, só existe quando é objeto da nossa percepção. Segundo ele, “ser é perceber”.

 

O termo axioma em filosofia se refere a uma proposição primeira (no sentido dado por Aristóteles) da qual parte qualquer demonstração, ou seja, um conhecimento prévio.

 

Bacon propõe livrar a mente das idéias preestabelecidas (os axiomas) que impedem o conhecimento cientifico.

 

O rigor das teses de Galileu se sustentava em um método de investigação denominado indutivo-dedutivo, que obedece a quatro fases distintas e complementares: análise (observação, percepção) da experiência; formulação de uma hipótese (com base na observação e na analise); confirmação da hipótese que afirma a ocorrência de uma causalidade (criação de experimentos semelhantes ao fenômeno observado); dedução de novas leis da lei estabelecida (é a conclusão da investigação e a proposição de uma atitude diante da nova descoberta).

 

Descartes diz: para se investigar seriamente a verdade das coisas não se deve escolher uma ciência particular. (...) a reta razão e a reta vontade garantem o uso correto da racionalidade humana visando a convivência entre as opiniões divergentes visando alcançar a verdade.

 

É Descartes que afirma que todo aquele que duvida pensa e [portanto] “Penso, logo existo”.

 

O método cartesiano: 1) saber; 2) dividir em partes; 3) começar pelo mais simples; 4) revisar para garantir que nada foi esquecido.

 

Poucas pessoas distinguem corretamente entre o que de fato percebem clara e distintamente e o que pensam distinguir clara e distintamente.

 

Argumento ontológico: o imperfeito não pode causar o perfeito.

 

Segundo os existencialistas, a vida não tem qualquer sentido ou finalidade superior. Não há uma essência na vida e tudo é mera contingência.

 

“Os homens existem, as lacraias também existem” filosofa o personagem Roquentin na obra Náusea, de Jean Paul Sartre. E se a vida não nenhuma finalidade superior, então Deus não existe.

 

Para Sartre o homem está condenado à liberdade, pois existir significa criar a própria vida.

 

Para Blaise Pascal, o tempo todo o homem cambaleia em busca de um equilíbrio para a sua existência, pois é um ser que experimenta a luga entre extremos.

 

Para Espinosa, as emoções são um meio natural que nos permite avaliar o ambiente que nos rodeia, para que possamos reagir de forma adaptativa.

 

Para Hobbes, o homem é movido pelo desejo e pelo poder. (...) O que importa é que toda sensação provoca no homem um sentimento de prazer ou dor. É “bem” o que causa prazer. É “mal” o que causa sofrimento. O resto é pura imaginação intelectual. Para ele, mal e bem são resultado da ação social homem no mundo.

 

Na visão de Hobbes, se os homens egoístas e competitivos fossem todos iguais, livres, vivendo sem os efeitos da lei, gozando dos mesmos direitos, “certamente matariam uns aos outros”. [Ele só teria que ter explicado como o homem transpôs os milênios sem lei,sem estado, sem governos...]

 

Para Hoppe, a democracia nos dias de hoje tem por objetivo manter o status quo de uma casta de burocratas que só se preocupa com a manutenção de seus privilégios. (...) O Estado democrático-autoritário que vemos nos dias de hoje não só não garante a igualdade de direitos, como perpetua privilégios de poucos. Ou seja, o Estado existe por si mesmo e para si mesmo, mantendo grande distância da realidade de vida da maioria das pessoas.

 

Para Hume, a mente humana só pode ser compreendida a partir das percepções que temos em nossa experiência empírica do cotidiano.

 

Para Rousseau, como o  homem tende à degenerescência, o legislador sempre estará sujeito a interesses particulares, por isso cabe ao povo legislar diretamenteo sobre as questões que o afetam Portanto, é o pvo quem deve exercer o poder delegislar diretamente sobre seus interesses, sem intermediários.

 

OITAVA PARTE

O ILUMINISMO E A REINVENÇÃO DA ARTE DE PENSAR

A OITAVA REVOLUÇÃO

 

Iluminismo do século XVIII – As camadas menos educadas e menos informadas da sociedade francesa seriam então “iluminadas” por meio dessa nova maneira de pensar, visando tirá-las da ignorância e da superstição. Os iluministas estavam convencidos de que somente quando a razão e o conhecimento fossem difundidos entre todos os membros da sociedade, a humanidade “iluminada” poderia desfrutar o progresso e a felicidade.

 

Voltaire fazia questão de reafirmar sua crença em Deus, pois, segundo ele, isso é necessário para a manutenção da paz e o equilíbrio social. [O “isso” não é Deus, mas tudo o que serve para subjugar a vontade livre do homem.]

 

Para Rousseau, todo o mal está  na civilização, pois afasta o cidadão de sua condição natural de homem bom.

 

Kant reduziu o estudo da filosofia a quatro questões fundamentais: O que posso saber? O que devo fazer? O que me é permitido esperar? O que é o homem? [Para mim, todas estas questões já estão ampla e inequivocamente respondidas. Então, existe futuro para a filosofia?]

 

Para Karl Popper, não existe verdade científica, apenas conhecimentos  científicos, sempre parciais, relativos e provisórios.

 

O pesquisador produz “inferências dedutivas que revelam a existência de certezas provenientes dos erros que foram refutados”.

 

O método indutivo-dedutivo tem um problema, vejamos o exemplo da galinha dado por Bertrand Russel. A galinha desperta todas as manhãs com a crença de que será alimentada porque esse acontecimento ocorreu no dia anterior. Certo dia ela desperta e tem o seu pescoço torcido pelo dono da granja.

 

Para Kant, portanto, nunca somos capazes de saber com toda a certeza como são as coisas “em si”, em virtude dos  limites da nossa própria razão. Só podemos saber o que elas são “para nós”.

 

Para Kant, as questões metafísicas, transcendentais, não o afligiam pelo simples fato de que é impossível para o homem um conhecimento seguro acerca desse tipo de questões, pois a racionalidade não dispõe de ferramentas capazes de elucidar todos esses “mistérios”.

 

Na lápide de Kant está escrito: “Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.”

 

O romantismo partia do pressuposto de que as convenções sociais são limitadoras e destruidoras da individualidade e que, por isso mesmo, nos faz escravos do império da razão. E a razão, em si mesma, é uma dessas convenções. Para os românticos, a verdade não pode ser alcançada por meio da razão, mas quando entramos em contato com a nossa mais intima natureza, ou seja, os impulsos espontâneos e os sentimentos. Portano, não importa para onde se dirija a razão, mas para onde o coração nos guia. (...) Somos intrinsecamente românticos, mesmo vivendo em um mundo dominado pelo pragmatismo.

 

Para Friedrich Von Hardenberg, conhecido como Novalis, o artista possui uma imaginação criadora do mundo capaz de levá-loo a romper as fronteiras entre o sonho e a realidade.

 

NONA PARTE

PORQUE A FILOSOFI É ESSENCIAL NOS DIA SDE HOJE

É POSSÍVEL UMA NONA REVOLUCAO DO PENSAMENTO?

 

Em 2008, Bernard Kouchner, ministro francês das Relações Exteriores, ofereceu uma definição muito pouco poética sobre o que é viver nos dias de hoje: “A vida é uma doença letal sexualmente transmissível.”

 

Para Schopenhauer, “podemos classificar a vida como um episodio que perturba inutilmente a bem-aventurada tranquilidade do nada... hoje é ruim e a cada dia tornar-se-á pior, até que o pior de tudo aconteça”.

Sísifo, personagem mitológico, ao ser condenado pelos seus erros, foi enviado ao inferno, onde deveria rolar eternamente uma pedra ladeira acima até o cume da montanha, para vê-la despencar até o chão e recomeçar tudo de novo.

 

Para Pirro, nem sempre a razão dá conta de explicar tudo, o que ensina que o homem tem limitações que lhe são impostas por sua própria condição humana. Para o pirronismo, a certeza da razão pode nos levar à aporia, temo grego que significa impasse, um beco sem saída. O ceticismo pirrônico recomenda então a suspensão do juízo (em grego, epoqué) a respeito da verdade. Ou seja, a interrupção da investigação  especulativa em virtude da impossibilidade de alcançar a verdade.

 

A filosofia é o antídoto contra o veneno de uma vida sem sentido, uma vida que não merece ser vivida porque não é pensada. [????? Enlouqueceu!!!]

 

A filosofia é um embate intelectual que tem por objetivo questionar os critérios que levam alguém a afirmar que encontrou a verdade sobre alguma coisa. (..) No início doo século V a.C., somente em Atenas, havia cerca de cem mil escravos. A proporção era de um escravo para cada grupo de três cidadãos livres. (...) Basta que questionemos as praticas do stablishment, ou levantemos dúvidas sobre as verdades dos detentores dos “argumentos de autoridade”, para que nossas idéias sejam consideradas lunáticas, inadequadas, inúteis ou absurdas.

 

Se as religiões e os cânones não fazem mais sentido, podemos praticar uma espiritualidade “sem Deus”. Ou seja, uma espiritualidade livre dos grilhões da fé cega e burra,  e das utopias carcomidas pelas desilusões históricas. (...) Uma espiritualidade que leve em conta a singularidade de cada pessoa e o respeito pelo coletivo. Uma espiritualidade livre e inteligente, contra os grilhões da fé cega e da faca amolada.

 

Para Foucault, as coisas que parecem ser as mais evidentes, nascem sempre da confluência de encontros, acasos, ao longo de uma história frágil e precária.

 

Para o neurocientista português Antonio Damásio, as experiências espirituais, religiosas ou não, são processos mentais,  e são, por isso mesmo, processos biológicos do mais algo grau de complexidade.

 

A definição mais comum de filosofia é a que a classifica como a disciplina que busca (e ama) o saber. Os que assim a definem também costumam definir metafísica como a corrente filosófica que excede o estudo da física e suas leis, na busca da causa primeira de todas as coisas, conforme propunha Aristóteles.

 

Para Montaigne, não há qualquer possibilidade de um critério absoluto de verdade, nem nas crenças dogmáticas nem nas crenças materialistas.

 

Nietzsche já considerava a metafísica como “uma grande confabulação em torno do nada”.

 

Para Hegel, a consciência do homem é formada pela cultura a que ele pertence.

 

Para Cioran, marxismo e cristianismo são farinha do mesmo saco, porque amobs pretendem iludir o homem com utopias e crenças inúteis.

O mundo de hoje, a existência é permeada pelo pragmatismo e pela descrença no transcendente.

 

Para Gadamer, nunca podemos dizer totalmente aquilo que queríamos dizer sobre algo, pois nada pode ser plenamente sabido.

 

Para Adorno, é a formo como somos influenciados pelos fatores sociais, econômicos, políticos e estéticos que determina a nossa subjetividade.

 

Para Adorno e Mas Horkheimer, a racionalidade encontra-se inexoravelmente entrelaçada à realidade social.

 

De Freud: Eros, o impulso da vida; tanatos, o instinto de morte.

 

Para os cognitivistas tudo começa com a percepção, com a relação que temos com o que está diante de nós. Ou seja, vida psicológica é vida perceptiva. (...) Quando percebemos, conhecemos.

 

Para Emerson, não existe história, apenas biografia. (...) Para ele, sobra apenas o homem de espírito livre que só pode contar consigo mesmo e que precisa descobrir seus próprios caminhos.

 

Para Mill, as ações são certas quando tendem a promover a felicidade individual (hedonismo). E erradas quando tendem a produzir o inverso. (...) Como não nos é possível definir o que é bom e o que é mal, então o melhor é optarmos pelo útil. Para os utilitaristas, cada individuo deve buscar a satisfação dos seus próprios interesses visando o seu bem-estar.

 

Para Nietzsche, cabe ao próprio homem esculpir o seu entendimento acerca do mundo e da existência.

 

Hoje, em nossa sociedade dita civilizada, o castigo é mais sutil, pois atinge a alma daqueles que são condenados por algum delito considerado grave pelo Estado. Agora, busca-se preservar o corpo, enquanto se tortura a alma. Ou seja, a punição é mais civilizada”, porém mais hipócrita e injusta.

 

Por que tudo que é a favor do Estado é considerado certo e tudo que é a favor da individualidade é errado?

 

Para Chomsky, uma criança não é em absoluto uma tabula rasa aguardando a marca do ambiente onde vive. Ao contrário disso, ela traz consigo um conjunto sofisticado de estruturas cognitivas para a tarefa de aprender o significado da linguagem. Daí a facilidade que toda criança tem de aprender outras línguas.

 

DÉCIMA PARTE

À GUISA DE CONCLUSÃO

 

[para o autor] a vsao de que o mundo existe independentemente de quaisquer propósitos ou qualidades de bem, mal, beleza, virtude ou consciência, é um engodo, porque essa crença transforma o homem num ator coadjuvante no espetáculo da existência.

 

Johann Wolfang Goethe, afirmou: “Conhecer a mim mesmo, de que há de servir? Se a mim me conhecesse, desatava a fugir”.

 

[encerra o autor] Estou convencido de que o pensamento reflexivo é capaz de nos ajudar na difícil tarefa de transformar a nossa existência em algo que valha a pena. (...) De uma coisa todos podem estar certos, escrevi este livro com a alma e o coração, pois me entreguei à tarefa com a força de uma missão. Tudo isso em nome da vida que merece ser vivida. [????]

 

 

 

 

 

GLOSSÁRIO

 

AFORISMO – proposição breve, concisa, que encerra algum ensinamento de ordem moral ou uma reflexão filosófica profunda.

 

A PRIORI – aquilo que conhecemos antes da experiência concreta.

 

COSMOGONIA - vem do grego cosmos, que significa mundo ordenado, organizado e harmonioso.

 

DEMONS – espécie de distrito eleitoral da Polis

 

DEMOCRACIA – o governo das demons

 

FENOMENOLOGIA - é a descrição e análise das experiências do homem, em todos os momentos da vida. Nesse sentido, o fenômeno é tudo aquilo que é percebido pelo homem, seja real ou não.

 

FILOSOFIA – do grego philein que significa amor; e de Sophia, que significa sabedoria.

 

GONIA - significa geração, nascimento..

 

GNÔSIS – conhecimento intelectual

 

HERMENÊUTICA – arte de interpretar os conceitos e os fatos a eles relacionados

METAFÍSICA – o que está para além da física

 

IMANENTE – é tudo aquilo que se contrapõe ao ser transcendente. Para Kant, é o princípio cuja aplicação se restringe inteiramente aos limites da experiência possível. Enquanto TRANSCENDENTE é tudo o que transgride o limite desses princípios.

 

ONTOLOGIA – parte da metafísica que estuda o “ser” enquanto gênero universal e transcendente.  É a parte da metafísica que trata da natureza, realidade e existência dos entes.

 

SEMIÓTICA – ciência dos signos, ciência médica dedicada ao estudo da interpretação dos sinais

 

SOFISTAS – profissionais da retórica

 

 

 

DICIONÁRIO GREGO

 

APORIA – fim de um caminho sem saída

 

ARQUÉ – elemento primordial.

 

AREGTÉ – virtude

 

EPOQUÉ – suspensão do juízo

 

HELADE – o mundo grego

 

OUSIA – essência

 

PERIPATOS – o caminho

 

PHYSIS – natureza

 

PNEUMA – espírito

 

PSYKHÉ – alma

 

PYR – fogo em grego.

 

TECHNÉ – a arte prática do conhecer

 

 

 

DICIONÁRIO LATIM

 

Voces – linguagem

 

Res - Coisas

 

Nomena - Palavras