EXTRATO DE: OS INTELECTUAIS E A SOCIEDADE

Autor: Thomas Sowell

Ed. É Realizações: 2009/2010/2021

 

PREFÁCIO

 

Professor Mark Lilla:

Professores distintos, poetas talentosos e jornalistas influentes reuniram suas habilidades a fim de convencer, a todos seus ouvintes e admiradores, que os tiranos modernos eram libertadores e que seus crimes hediondos eram nobres, bastava vê-lo na perspectiva correta. Quem quer que se dedique a escrever, honestamente, sobre a história intelectual do século XX na Europa tem que ter estomago forte.

Mas ele precisará de algo mais. Precisará superar seu nojo para que comece a ponderar sobre as causas desse intrigante e estranho fenômeno.

 

CAPÍTULO 1 – OS INTELECTOS E OS INTELECTUAIS

Alfred North Whitehead: Inteligência é a rapidez com que se apreendem as coisas e que se distingue de outra habilidade, a qual se verifica na capacidade de agir com sabedoria sobre o que foi aprendido.

 

A sabedoria é algo que exige disciplina e compreensão acurada sobre as realidades do mundo.

 

O trabalho do intelectual começa e termina com ideias.

 

Para as ideias de um desconstrucionista (...) não existe um teste externo.

 

[Para o intelectual desconstrucionista] A plausibilidade ou não que uma nova idéia incita depende do que dada u m já tem incorporado como crença.[blog]

 

Eric Hoffer: Um dos privilégios surpreendentes dos intelectuais é o fato de se encontrarem livres para serem escandalosamente estúpidos sem, contudo, sofrerem qualquer abalo em suas reputações.

 

As restrições que se aplicam às pessoas na maioria dos outros campos profissionais não se aplicam de forma aproximada aos intelectuais.

 

CAPÍTULO 2 – CONHECIMENTO E NOÇÕES

Daniel J. Flynn: Intelectuais tendem a ter um senso inflado de sua própria sabedoria.

 

Intelectuais comportam uma mistura de conhecimentos precisos e vagas noções sobre as coisas.

 

(...) muitas decisões econômicas se encontram crucialmente dependentes do tipo de conhecimento mundano que os intelectuais talvez desdenhem (...).

 

[As elites educadas se legitimam] como guias superiores, declarando que têm o direito de impor o que deve e não deve ser feito na sociedade [pois] estão convencidas da superioridade de seu conhecimento e de suas virtudes, uma fórmula certeira para o desastre. [blog]

 

Processos sistêmicos são essencialmente processos de tentativa e erro (...). [Já] nos processos políticos e legais as decisões iniciais são raramente alteradas (...) sempre que é preciso admitir erros (...).

 

É muito mais fácil concentrar poder do que concentrar conhecimento.

 

Intelectuais nunca usaram uma arma na vida e muito menos enfrentaram situações de perigo nas quais a diferença entre morrer e viver depende de decisões tomadas num átimo de segundo.

 

Membros da intelligentsia (...) não percebem a necessidade de buscar informações factuais antes de expressar sua indignação.

 

A confiança no conhecimento acadêmico superior pode ocultar, dos próprios membros da elite, a extensão de sua ignorância e de seus equívocos.

 

CAPÍTULO 3 – OS INTELECTUAIS E A CIÊNCIA ECONÔMICA

 

Para todos os efeitos, é a visão dos intelectuais que substitui e se impõe tanto aos fatos quanto às questões.

 

Indivíduos não podem permanecer entre 16 e 24 anos de idade indefinidamente, embora a categoria etária permaneça (...).

 

A real e eficiente rotina de milhões de pessoas (...) dá pouca atenção às supostas “barreira” sociais tão alardeadas pelos integrantes da intelligentsia.

 

O fato é que a riqueza é produzida. Ela não é um simples fator natural já dado. Milhões de sujeitos são pagos segundo o valor atribuído ao que produzem e isso é feito subjetivamente, por milhões de outros indivíduos.

 

A produtividade de um indivíduo é afetada por inúmeros fatores além de seus esforços. (...) ser criado num lar em particular, recebendo um conjunto particular de valores de padrões de comportamento, viver um ambiente social ou geográfico particular, nascer com um cérebro normal em vez de um cérebro danificado durante o trabalho de parto, podem trazer diferenças enormes sobre o que uma pessoa é capaz ou não de produzir.

 

(...) a discrepância entre o real e o ideal sempre será julgada, pelos infalíveis visionários intelectuais, como fracasso moral da sociedade.

 

O fato fundamental em economia (...) é o de a necessidade de todos sempre superar a disponibilidade das coisas.

 

Nem o caos nem o fator aleatório estão, necessariamente, implícitos em circunstâncias não controladas. [Ex. floresta]

 

Na União Soviética [economia planejada e controlada pelo Estado] bens encalhados se empilhavam nos depósitos, ao mesmo tempo em que terríveis carências faziam as pessoas esperarem em longas filas por outros bens.

 

[É Engels que tem um espasmo de lucidez ao perguntar:] que garantia temos de que será produzida a quantidade necessária de cada produto, nem mais nem menos, de forma a não ficarmos privados de milho e de carne, enquanto ficamos entupidos de açúcar e afogados em batatas (...). [blog]

 

Intervenções de políticos, juizes e outros, a fim de impor termos mais favoráveis para um dos lados (...) reduzem a quantidade de termos mutuamente acordados, o que, quase invariavelmente, reduz o numero de transações mutuamente aceitáveis na medida em que a parte desfavorecida pela intervenções fará, consequentemente, menos transações.

 

“Favorecer um lado” provoca geralmente, a ambos os lados, uma situação futura pior, mesmo que de maneiras distintas e em graus diversos.

 

Na política, pouco importa quão desastrosa uma política possa se tornar, desde que as causas do desastre não sejam compreendidas pelo publico eleitor. (...) [Os políticos] possuem todos os incentivos para negar seus equívocos, uma vez que sua admissão pode condenar toda uma carreira.

 

O conceito básico de liberdade, como não sujeita às restrições impostas por outras pessoas, e o conceito de poder, como habilidade de restringir as opções mantidas por outros, ficaram, ambos, de cabeça para baixo em alguns dos “reempacotamentos” [verbais] que sofreram nas mãos dos intelectuais que discutem assuntos econômicos.

 

CAPÍTULO 4 – OS INTELECTUAIS E AS VISÕES DE SOCIEDADE

 

Para os intelectuais ungidos são os defeitos inerentes aos seres humanos que são os problemas fundamentais.

 

A sociedade existente é amplamente discutida a partir de suas insuficiências, as quais precisam ser corrigidas.

 

Na visão trágica, os impedimentos sociais buscam frear comportamentos que geram infelicidade, muito embora os próprios impedimentos tenham seu custo e causem certa quantidade de infelicidade.

 

[O intelectual ungido] se coloca num patamar moral superior, como alguém preocupado e misericordioso, promotor da paz no mundo, defensor dos oprimidos, alguém que luta por preservar a beleza da natureza e salva o planeta da poluição perpetrada por outros que não comungam a mesma consciência.

 

As alegações que acusam oponentes ideológicos de racistas, machistas,  homofônicos ou “incapazes de entender a questão” são geralmente empurradas pela intelligentsia, substituindo refutações especificas sobre os argumentos discutidos.

 

T. S. Eliot: Neste mundo, metade do mal é fruto dos que insistem em se sentir importantes. Eles não querem fazer o mal, mas tampouco se importam com o perigo do mal. Talvez eles nem o vejam ou, se o justificam, é porque estão absortos na infindável luta que travam para pensar bem de si mesmo.

 

 

Termos como “responsabilidade social” ou “contrato social” são usados para descrever o que terceiros querem que seja feito, desconsiderando se outros concordaram ou não em fazê-lo.

 

[Hipocrisia de alto escalão político:] Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, o partido de... Hitler.

 

Os processos sistêmicos (...) são processo muito mais confiáveis do que os intelectos dos intelectuais.

 

[Para os intelectuais ungidos e seguindo o pensamento de Marx] milhões de seres humanos só têm qualquer importância se adotarem a visão deles.

 

Mussolini: As massas simplesmente seguirão e se submeterão.

 

Que uma forma descabida de evasão aos fatos tenha permanecido intocada desde o século XVIII até nossos dias, justamente entre os que se consideram “pessoas pensantes”, constitui um grave indício sobre o poder de uma visão cuja retórica desmantela o próprio pensamento.

 

Todo mundo é progressista segundo sua própria ótica.

 

As crianças, segundo Godwin, “são como matérias-primas colocadas em nossas mãos” e a mente delas “é como folhas de papel em branco”.

 

As pessoas abstratas detêm uma imortalidade que as pessoas de carne e osso ainda têm que conquistar.

 

[Exemplo de “Repatriamento de abstrações atemporais” - Proposta nos Estados Unidos no século XIX: libertar os escravos e mandá-los “de volta para a África”. [[A volta dos que não vieram!!!]] ]

 

[Os intelectuais ungidos supõem] que existe algo de errado com o fato de indivíduos e grupos serem diferentes em suas habilidades empíricas, uma vez que foi presumido que seus potencias abstratos são os mesmos. [blog]

 

[Os intelectuais ungidos] se furtam à responsabilidade e ao trabalho árduo de aprender os fatos reais sobre pessoas reais vivendo num mundo real.

 

 

CAPÍTULO 5 – REALIDADE PARALELA NA MÍDIA E NO MUNDO ACADÊMICO

Fabricaram uma tela através da qual nossa época contemporânea absorve informações manipuladas. – Jean-François Revel

 

O intelectual ungido (...) desafia a própria noção de verdade.

 

J. A. Schumpeter disse que a primeira coisa que um homem fará por seus ideais é mentir.

 

A manipulação dos números pode tornar quaisquer dados estatísticos consistentes com determinada visão, e a manipulação de outros números ou até mesmo dos mesmos números, vistos ou selecionados de forma diferente, pode produzir dados consistentes com a visão oposta. [pesquisa]

 

O porte de armas no México representa apenas uma fração do que temos nos Estados Unidos, porem o índice de homicídios do México é mais do que o dobro do índice dos Estados Unidos.

 

É necessário somente que aqueles que têm o poder de filtrar as informações, seja no papel de jornalistas, editores, professores, acadêmicos ou produtores e diretores de filmes, decidam que há certos aspectos da realidade que as massas “não compreenderiam corretamente” e que um senso de responsabilidade social clama, por parte dos que detêm o poder de filtragem, pela supressão de alguns dados. [censura] [blog]

 

[Um repórter americano se justificou por não ter publicado um determinado fato]: “fiquei indeciso em escrever uma história que daria munição para nossos inimigos”.

 

A manipulação retórica dos intelectuais filtra tanto as palavras quanto os fatos, fazendo uso daquilo que poderíamos chamar de eugenia verbal, análoga à limpeza étnica. Palavras que adquiriram conotações particulares ao longo dos anos a partir das experiências acumuladas de milhões de pessoas, atravessando sucessivas gerações, passam a ter seu dignificado corrompido por um numero relativamente pequeno de intelectuais contemporâneos (...).

 

Os métodos científicos evoluíram precisamente para colocar crenças concorrentes sob o escrutínio dos fatos (...).

 

[Quando se trata de jornalismo] Em última instância (...) o importante é ser honesto com o leitor, o qual, afinal de contas, não pagou para aprender sobre o psiquismo ou a ideologia do escritor, mas para adquirir algum conhecimento real sobre o mundo.

 

Se a verdade é subjetiva, então todo seu propósito perde sentido. [verdade]

 

Quando a realidade é manipulada para se encaixar numa visão particular, essa informação manipulada se torna um instrumento inapropriado para tomar decisões numa realidade que não perdoa nossas fantasias; por isso, devemos todos nos ajustar à realidade, pois ela não se ajustará a nós. [verdade]

 

CAPÍTULO 6 – OS INTELECTUAIS E A JUSTIÇA

 

[Os promotores do planejamento econômico centralizado] Em vez de confiarem nas interações sistêmicas dos mercados (...) preferem a imposição da visão da elite.

 

[Os intelectuais ungidos] se esforçam por esvaziar as leis de sua identidade jurídica, subordinando-as às tomadas de decisão arbitrárias fortalecidas pelas elites.

 

Que juizes federais vitalícios não eleitos sejam chamados de “fórum do povo” é apenas mais um exemplo de manipulação retórica (...).

 

Por vezes, a “dificuldade” em se mudar as leis e especialmente a dificuldade em se criam emendas constitucionais é invocada como razão para justificar por que os juizes devem se tornar os agentes que aceleram as mudanças.

 

Se as pessoas não querem uma coisa em particular, mesmo que a intelligentsia a confedere desejável ou até imperativa, isso não é uma dificuldade. Isso é democracia.

 

As elites intelectuais anseiam ampliar sua esfera de influência de poder decisório usando os tribunais como meio.

 

O ativismo judicial é um cheque em branco no qual se pode explorar qualquer direção, em qualquer questão dependendo das predileções de cada juiz em particular.

 

A “autocontenção judicial” foi por vezes resumida em outra expressão idiomática: seguir “a intenção original” das leis [entretanto] é difícil ou mesmo impossível discernir exatamente o que aqueles que escreveram a Constituição, (...) realmente intencionavam, especialmente depois de muitos anos.

 

Ninguém votou considerando o que estava por trás da mente de alguém.

 

[Há] juristas que insistem numa justiça de “resultados” em detrimento das leis estabelecidas.

 

(...) o zelo por “resultados” tem levado ao reposicionamento do ônus da prova, que recai então sobre as costas do acusado, o qual é obrigado a provar sua inocência em determinadas ações legais. [censura]

 

Os economistas costumam ver os direitos de propriedade como algo essencial para (1) manter a tomada de decisões econômicas nas mãos de indivíduos privados, ou seja, fora do controle dos políticos, e (2) para manter os incentivos dos mesmos indivíduos, os quais investirão seu tempo, seus talentos e seus recursos movidos pela expectativa de poderem colher e reter os frutos de seus esforços. [blog]

 

Os direitos de propriedade são barreiras legais contra políticos, juizes e burocratas que arbitrariamente buscam se apropriar do patrimônio de alguns seres humanos, transferindo-os para outros.

 

“Propósito público” pode significar quase que qualquer coisa (...).

 

O presidente do Supremo, John Marshall, disse que o poder para taxar é o poder para destruir.

 

Ninguém precisa destrinchar as complexidades das inumeráveis razoes conhecidas e desconhecidas que determinam a ocorrência de atos criminosos para saber que colocar os criminosos atrás das grades é mais eficiente para reduzir o índice de criminalidade do que quaisquer teorias complexas ou políticas sofisticadas favorecidas pela intelligentsia.

 

[Sobre a ineficiência das prisões] a comida mostra-se ineficiente como resposta à fome porque é apenas uma estão de tempo, depois da ingestão de alimentos, até que alguém sinta fome novamente. (...) O fato de criminosos cometerem crimes quando não mais estão encarcerados nada diz sobre a eficiência do encarceramento na redução da criminalidade.

 

CAPÍTULO 7 – OS INTELECTUAIS E A GUERRA

Tempos ruins para se viver são bons para se aprender. Eugene Weber.

 

[Já no final do século XIX] já havia, entre muitos intelectuais, a idéia de se dirigir as massas, uma idéia que incumbia a terceiros a tarefa de dar sentido para a vida delas. [blog]

 

Esses vários períodos que compõem a história da visão intelectual, ora favorável ora contrária à guerra, precisam ser examinados uma a um.

 

Os sobreviventes da primeira guerra mundial acabariam famintos, vagando entre as ruínas e a destruição da guerra (...).

 

[As décadas sem guerras mundiais fizeram e fazem com que a realidade brutal das guerras seja esquecida, mas como os que as viveram já morreram, na verdade não esquecimento, é desconhecimento/ignorância total sobre suas consequências.]

 

Adolf Hitler disse: Tenho que adquirir imortalidade, mesmo que para isso toda a Alemanha pereça no processo. [Isto mostra] a capacidade que o ser humano tem para justificar com verniz racional, suas paixões (...).

 

Robert Lansing: O dom de falar bem pode se tornar uma maldição, a menos que as frases sejam colocadas ao teste de aplicações práticas antes de serem pronunciadas. (...) [E acrescenta] pense nos sentimentos do autor quando ele contar os mortos que morreram porque ele pronunciou uma [determinada] frase.

 

Quando “os povos” são invocados, os povos concretos tiveram, na realidade, pouco a dizer a respeito das decisões tomadas. (...) não tinham nem o grau de conhecimento nem a responsabilidade pelas consequências, as quais acabaram sendo desastrosas.

 

Um membro da delegação britânica enviado à Conferencia de Paris que moldou o mundo pós-guerra [1914-18], escreveu para sua mulher descrevendo os aliados vitoriosos como “três homens ignorantes e irresponsáveis que cortavam a Ásia Menor em pedaços como se estivessem dividindo um bolo”.

 

E Walter Lippmann registrou: Estamos imersos em mapas, falando sobre povos e populações como se fossem massas abstratas (...).

 

A idéia de resgatar minorias oprimidas ignorava o prospecto (...) de que as minorias oprimidas (...) iniciariam imediatamente o processo de opressão de outras minorias agora sob seu controle.

 

Os líderes das nações democráticas são sempre obrigados a se deparar com a perspectiva das eleições, e a atmosfera em que essas eleições são realizadas é de suma importância para os políticos que buscam manter a carreira em andamento e o partido no comando.

 

CAPÍTULO 8 – OS INTELECTUAIS E A GUERRA: REPETINDO A HISTÓRIA

 

Não li.

 

CAPÍTULO 9 – OS INTELECTUAIS E A SOCIEDADE

Estudar a história é um poderoso antídoto contra nossa arrogância contemporânea. Traz-nos humildade constatar o quanto nossas suposições são irrefletidas, mas que, aos nossos olhos, nos parecem novas e plausíveis descobertas. Elas já foram testadas inúmeras vezes e sob os mais variados disfarces, mas revelaram ser, a um grande custo humano, inteiramente falsas. Paul Johnson

 

O termo “intelectual” como um substantivo, refere-se a um conjunto de pessoas de determinada ocupação, e como adjetivo o termo conota um conjuntos de padrões, de métodos e de realizações que podem ou não caracterizar o comportamento real da maioria das pessoas que exercem essa ocupação.

 

Exemplo de observação distorcida: o capitalismo tornou os trabalhadores mais pobres como se eles tivessem sido mais prósperos antes.

 

Uma das violações mais comuns dos padrões intelectuais pelos próprios intelectuais é atribuir uma emoção (racismo, machismo, homofobia, xenofobia, etc.) àqueles que detêm pontos de vista diferentes, em vez de responder a seus argumentos.

 

Entre os cem intelectuais públicos mais mencionados pela mídia, Posner encontrou apenas dezoito que também estão entre os cem intelectuais mais mencionados na literatura acadêmica.

 

[Intelectual adora botar terror no povo.]

 

[“Coisas tolas e perigosas são amostras da quantidade de pronunciamentos imprudentes da intelligentsia, as quais, abarcando gerações do passado, precipitam-se no futuro.”]

 

A influência dos intelectuais sobre o curso dos eventos na sociedade em geral, por meio de sua influência sobre o grande público, era menor do que hoje porque, n a maioria dos paises em outros tempos, o público em geral exercia muito pouca influência na condução das políticas nacionais.

 

[Houve] um período no qual o conhecimento, a força e as habilidades mundanas tinham mais peso para a sobrevivência e para o progresso do que os tipos especiais de conhecimento que os intelectuais possuem.

 

(...) a crença de que terceiros sabem mais que os outros (...) inclui impedir que as crianças consolidem os valores recebidos pelos pais caso valores mais “avançados” tenham a preferência daqueles que ensinam nas escolas e faculdades. [damares]

 

Um “respeito decente pelas opiniões da humanidade” não tem hoje mais lugar num mundo pautado pela visão do intelectual ungido.

 

Embora os intelectuais acadêmicos não sejam, em nossos tempos os únicos, eles se constituem, contudo, no suprassumo da vida intelectual, cujas carreiras são as que menos dependem das exigências do mundo real e de qualquer prestação de contas pelas consequências do que dizem e do que fazem. São pessoas amparadas na vitaliciedade de seus cargos e que têm enorme poder para controlar as instituições em que trabalham (...).

 

Em geral eles também não levam conta os valores e as crenças da população ou se constrangem diante das evidências e das comprovações lógicas, desde que sigam o que é consoante com a visão de seus colegas ou, no caso de escritores free-lance, consoante com um grupo suficiente de pessoas que possam sustentá-los financeiramente e aclamarem o que escrevem e dizem.

 

Nem a acuidade factual nem a consistência lógica dos pronunciamentos são fatores decisivos tanto para a mídia quanto para os membros dos movimentos. “O que conta é o gestual arrogante, o completo desrespeito pela opinião dos outros, o pro enfrentamento dos valores consagrados”. [Eric Hoffer]

 

(...) eles não precisam prestar contas de suas ações e de suas palavras pois não têm quaisquer impedimentos para agir de maneira irresponsável.

 

(...) professores escolares (...) expandem sua influência, seja por meio de doutrinação ideológica dos alunos ou por sua manipulação psicológica com o intuito de alterar os valores que esses estudantes receberam dos pais. [blog] [damares]

 

(...) depois que os programas de “educação sexual” foram introduzidos nas escolas norte-americanas na década de 1960, coube aos pais o trabalho de colher os cacos e arrumar a bagunça sempre que uma filha adolescente aparecia grávida ou um filho adolescente contraía uma doença venérea. Nenhum professor ou nenhuma professora teve que arcar com as consequências de nada (...).

 

Qualquer um que pense que uma mãe não e importante para a criança, ou a criança para uma mãe, não sabe nada sobre seres humanos. [negacionistas]

 

Jean-François Revel: Cada um de  nós deveria perceber que cada indivíduo possui dentro de si a capacidade formidável de construir um sistema explicativo do mundo e, com ele, uma maquina para rejeitar todos os fatos contrários aos sistemas.

 

As burocracias são frequentemente capazes de manipular as visões da intelligentsia para seus próprios interesses (...).

 

Quarto poder: a burocracia

[Quinto poder: mídia]

 

O que é notável sobre os intelectuais é o quanto é difícil pensar sobre os benefícios reais que eles conferiram a qualquer pessoa que não faça parte de seu próprio circulo de interesses – e o quão se torna dolorosamente evidente o quanto eles de fato, custam para o resto da sociedade, e não apenas do ponto de vista econômico, mas de muitas outras formas.

 

(...) seria um desafio para uma pessoa altamente informada dizer três formas nas quais nossa vida é hoje melhor como resultado das ideias de sociólogos ou de desconstrucionista.

 

(...) um desafio muito menor seria nomear coisas que os intelectuais tornaram pior tanto em nossa quanto em outras épocas.

 

[intelectuais ungidos não lidam com hipóteses a serem testadas apenas com “axiomas proclamados”.]

 

Muitos entre a intelligentsia se consideram agentes de “mudança”, um termo muito usado de forma leviana, como se as coisas estivessem tão ruins que a mera e genérica “mudança” pudesse ser tomada como uma mudança para melhor.

 

No caso da escravidão, o que foi peculiar em relação ao Ocidente foi o fato de que ela foi a primeira civilização a se virar contra essa prática, um movimento que começou no século XVIII e culminou com a abolição da escravidão em todo o mundo durante o século XIX, não apenas dentro das sociedades ocidentais, mas também se estendendo às sociedades sujeitas de alguma forma ao seu controle e à sua ameaça. No entanto, não há praticamente qualquer interesse, dentre os membros da intelligentsia de nossos dias, em saber como um fenômeno universal como a escravidão foi eliminado depois de milhares de anos de prática, pois ele não morreu simplesmente por conta própria, mas foi suprimido à força pelo Ocidente por meio de campanhas que tomaram o mundo e que duraram mais de um século, enfrentando quase sempre a dura oposição de africanos, de asiáticos e de outras culturas que queriam a manutenção da escravidão. Contudo, a verdadeira história não passa pelos filtros ideológicos e é raramente revelada.

 

Durante a maior parte de sua história os europeus escravizaram outros europeus, os africanos escravizaram outros africanos e asiáticos idem.

 

Revel: a lírica da mitologia do Terceiro Mundo.

 

Nas escolas e nas faculdades a intelligentsia alterou o papel da educação, que é de equipar os alunos com o conhecimento e as habilidades intelectuais para que possam avaliar as questões e alcançarem independência mental, transformando a educação em processo de doutrinação, com as conclusões já fornecidas pelo intelectual ungido.

 

Os intelectuais dão às pessoas que já têm a desvantagem da pobreza outra desvantagem adicional: a de que são vítimas.

 

Os intelectuais ungidos querem deter o privilégio exclusivo de decidir (...) quais pequenos riscos as pessoas estariam proibidas de contrair e a quais riscos bem maiores estão liberadas.

 

 

Os intelectuais buscam (...) apropriar-se das decisões que deveriam ser tomadas pelas pessoas diretamente envolvidas, as quais têm conhecimento e correm riscos pessoais concretos (...).

 

O desprezo que os intelectuais têm pela realidade objetiva e por seus critérios estende-se para além dos fenômenos sociais, científicos e econômicos, abarcando os campos das artes, da musica e da filosofia.

 

Assim como um corpo orgânico pode continua a viver, apesar de abrigar certa quantidade de micro-organismos cuja predominância o destruiria, da mesma forma uma sociedade pode sobreviver a certa quantidade de forças de desintegração que a compõem. Porem, isso é muito diferente de dizer que não existem limites para a quantidade, a audácia e a ferocidade com que essas forças de desintegração agem sobre uma sociedade para que ela continue a sobreviver sem ao menos ter a vontade de resistir.