EXTRATO DE: A LÓGICA DO CISNTE NEGRO

O Impacto do altamente improvável – Gerenciando o desconhecido.

Autor: Nassim Nicholas Taleb

Editora: BestSeller – 2007

 

 

Pergunte ao gerente de sua carteira de títulos como ele definiria “risco”, e são grandes as chances de que ele forneça a você uma medida que exclui a possibilidade do Cisne Negro – ou seja, algo que não tem mais valor preditivo do que a astrologia para avaliar os riscos totais.

 

A lógica do Cisne Negro torna o que você não sabe mais relevante do que aquilo que você sabe. Leve em consideração que muitos Cisnes Negros podem ser causados ou exacerbados por serem inesperados.

 

Pense no ataque terrorista de 11 de setembro: se o risco fosse razoavelmente concebível no dia 10, ele não teria acontecido. Se tal possibilidade fosse considerada digna de atenção, caças teriam voado em torno das torres gêmeas, os aviões teriam portas trancadas e à prova de balas e o ataque não teria acontecido, ponto final.

 

Pense sobre a “receita secreta” para eu se tenha um sucesso absoluto no ramo de restaurantes. Se ela fosse conhecida e óbvia, então alguém já teria concebido a idéia e ela teria passado a aser genérica. O poximo sucesso absoluto na industria de restaurantes precisa ser uma idéia que não é facilmente concebida pela população atual de propprietários de restaurantes. Ela precisa estar a certa distância das expectativas.

 

O que você sabe não pode machucá-lo

 

A incapacidade de se prever outliers implica na incapacidade de se prever o curso da história, dada a participação de tais eventos na dinâmica dos acontecimentos.

 

Produzimos projeções de déficits da previdência social e de preços de petróleo para daqui a trinta anos, sem perceber que não podemos prevê-los nem mesmo para o próximo verão.

 

A incapacidade de se fazer pevisoes em ambientes sujeitos ao Cisne Negro, aliada à ausência geral de consciência dessa condição, significa que certos profissionais, apesar de acreditarem ser experts, na verdade não o são.

 

(...) quase nenhuma descoberta, nenhuma tecnologia importante, foi fruto de projetos e deplanejamento – foram apenas Cisnes Negros.

 

(...) o motivo pelo qual o livre-comércio funciona é porque ele permite que as pessoas tenham sorte, graças a tentativas e erros de caráter agressivo, e não por conceder recompensas ou “incentivos” pela técnica. Portanto a estratégia é experimentar o máximo possível e tentar colecionar o maior número possível de oportunidades de Cisnes Negros.

 

(...) não aprendemos leis, mas fatos, somente fatos. Não parecemos bons em assimilar metaleis (como a lei que diz que temos uma tendência a não aprender regras). Desdenhamos do abstrato; desdenhamos dele com fervor.

 

Não somos apenas uma raça superficial; somos uma raça muito injusta.

 

Existem duas formas de se abordar fenômenos.

  1. Excluir o extraordinário e concentrar-se no “normal”.
  2. Considerar que para que se possa compreender um fenômeno é necessário levar em conta primeiro os extremos.

 

Se você quiser ter uma noção do temperamento, da ética e da elegância pessoal de um amigo, é necessário observá-lo sob as provações de circuntstâncias severas e não sob o brilho rosado da vida cotidiana.

 

Quase tudo na vida social é produzido por choques e saltos raros mas consequentes; enquanto quase tudo que é estudado sobre a vida social é centrado no “normal”, particularmente com métodos de dedução do tipo “curvas na forma de sino” que não revelam praticamente nada.

 

Viver em nosso planeta, hoje, requer muito mais imaginação do que somos feitos para ter. Carecemos de imaginação e a reprimimos nos outros.

 

Tendemos a olhar para o que confirma nosso conhecimento, e não nossa ignorância.

 

Em retrospecto, os lugares podem parecer mais elísios na memória das pessoas do que realmente eram.

 

É notável com que rapidez e eficácia se pode construir uma nacionalidade com uma bandeira, alguns discursos e um hino nacional.

 

A mente humana é afligida por 3 males quando entra em contato com a história:

  1. a ilusão da compreensão
  2. a distorção retrospectiva
  3. a supervalorização da informação factual

 

A cegueira da esperança.

 

Cada novo dia trazia acontecimentos que ficavam completamente fora das previsões, mas eles não conseguiam compreender que não os tinham previsto. Muito do que aconteceu teria sido considerado completamente louco em relação ao pasado. Mas não parecia tão louco depois dos eventos. Essa plausibilidade retrospectiva gera um desconto na raridade e na concepção do evento. Mais tarde, deparei com a mesma ilusão de compreensão no sucesso de negócios e em mercados financeiros.

 

[a respeito de guerra] Como alguém poderia ter previsto que as pessoas que pareciam modelos de tolerância poderiam se transformar nos mais puros bábaros da noite para o dia?

 

[Sobre Jesus] Os cronistas romanos nem mesmo consideraram a nova religião digna de nota – historiadores do cristianismo ficam chocados com a ausência de citações contemporâneas.  (...) Existe apenas uma única referência contemporânea a Jesus de Nazaré – em As guerras judaicas, de Josefo -, e ela própria pode ter sido acrescentada mais tarde por um copista devoto.

 

História e sociedades não se arrastam Elas dão saltos. Seguem de ruptura a ruptura, intermediadas por poucas vibrações.

 

Percebi que pessoas muito inteligentes e informadas não estavam em posição de vantagem em relação aos motoristas de táxis em suas previsões, mas havia uma diferença crucial. Os notoristas de táxi não achavam que entendiam tanto quanto as pessoas estudadas – na verdade eles não eram os especialistas,  e sabiam disso. Ninguém sabia nada, mas os pensadores da elite achavam que sabiam mais do que o resto porque eram opensadores da elite, e se você faz parte da elite, automaticamente sabe mais do que a não-elite.

 

Os jornalistas tendem a se aglomerar com freqüência em torno dos mesmos padores de análise. Atribuem a mesma importância aos mesmos conjuntos de circuntâncias e dividem a realidade nas mesmas categorias – mais uma manifestação do platonismo, o desejo de dividir a realidade em formas bem definidas.

 

Durante a bolha da internet no fim da década de 1990, os jornalistas concordaram que indicadores malucos explicavam a qualidade de companhias sem valor cujas ações todos desejavam ansiosamente comprar.

 

Se você quiser ver o que quero dizer por arbitrariedade das categorias, analise a situação da política polarizada. Na próxima vez que um marciano visitar a Terra, tente explicar-lhe por que aqueles que são a favor da eliminação de um feto dentro do útero da mãe são também contra a pena de morte. Ou tente explicar-lhe por que aqueles que aceitam o aborto são supostamente favoráveis a uma alta carga tributária, mas contra um militarismo forte. Por que aqwueles que preferem a liberdade sexual precisam ser contra a liberdade econômica individual?

 

O que acho interessante, enquanto probabilista, é que algum evento aleatório faz com que um grupo que apóia inicialmente uma questão alie-se a outro grupo que apóia outra questão, resultando na fusão e na unificação dos dois itens... até a surpresa da separação.

 

A informação pública pode ser inútil, especialmente para um homem de negócios, pois os preços já “incluem” toda essa informação, e notícias compartilhadas com milhões de pessoas não oferecem nenhuma vantagem real. (...) deve-se evitar os jornais, pois veremos os outros benefícios de se evitar a toxicidade da informação.

 

Yevgenia levou cinco anos para ser promovida da categoria de “egocêntrica injustificada, teimosa e de difícil trato” para a de “perseverante, determinada, esforçada e de uma independência feroz”.  (...) Depois do fato, o talento dela era óbvio.

 

Quando reviso em minha mente todos os “conselhos” que me deram, vejo que somente um par de ideias ficou comigo para toda a vida. O restante foram meras palavras, e fico feliz de não ter dado atenção à maioria. “Seja equilibrado e razoável em suas declarações”, contradizendo a idéia do Cisne Negro, uma vez que a realidade empírica não é “equilibrada” e sua própria versão de “razoabilidade” não corresponde à definica convencional. Ser genuinamente empírico é refletir a realidade o mais fielmente possível; ser honrado implica em não temer a aparência eas conseqüências de ser estranho. Na próxima vez que uma pessoa incomodar você com conselhos desnecessários, lembre a ela com gentileza do destino do monge que Ivan, o Terrível, mandou matar por ter dado conselhos indesejáveis (e moralizadores).  

 

Nas transações de quants, o mesmo volume de trabalho é realizado tanto na compra de cem cotas quanto na de 100 mil, ou mesmo 1 milhão de cotas. É o mesmo telefonema, a mesma computação, o mesmo documento legal, o mesmo gasto de neurônios, o mesmo empenho em verificar se a transação está correta. Além do mais, você pode trabalhar em sua banheira ou em um bar em Roma. Pode usar sua influencia como substituta para o trabalho! Bem, devo admitir que estava um pouco errado sobre o trabalho de operador: você não pode fazê-lo na banheira, mas, quando é feito da maneira certa, proporciona bastante tempo livre.

 

J. K. Rowling, autora dos livros de Harry Potter, não precisa escrevedr novamente cada livro sempre que alguém deseja lê-lo. Mas o mesmo não vale para um padeiro: ele precisa assar cada pão para satisfazer cada cliente adicional.

 

Não há como dobrar o número máximo de pessoas na platéia sem que seja necessário cantar duas vezes.

 

Preferimos ouvir Vladimir Horowitz ou Arthur Rubinsteis ao custo de 10,99 o CD a pagar 9,99 por outra gravação de um músico desconhecido (mas muito talentoso) formado pelo Conservatório de Praga.

 

A deseigualdade surge quando alguém visto como marginalmente melhor leva o bolo todo.

 

O filme faz o ator (não o contrário) e uma grande dose de sorte não linear faz o filme.

 

Através da imitação, aproximamo-nos dos outros – ou seja, de outros imitadores. É algo que combate a solidão.

 

[No Mediocristão] Quando a amostra é grande, nenhum exemplar isolado alterará demodo significativo o agregado ou o total. A maior observação permanecerá notável, mas consequentemente insignificante para o resultado final.

 

No Extremistão, as desigualdades são tantas que uma única observação pode exercer um impacto desproporcional sobre o agregado ou sobre o total.

 

Se estiver lidando com quantidades do Extremistao, você terá dificuldade em calcular a média a partir de qualquer amostragem, pois ela pode depender demis de uma única observação. (...) Nesse mundo, você deve suspeitar sempre do conhecimento derivado de dados.

 

Pertencem ao Mediocristão: altura, peso, ingestão de calorias, renda de um padeiro, lucros com jogos de azar, acidentes automobilísticos, taxas de mortalidade...

 

Pertencem ao Extremistão: riqueza, renda, vendas de livros por autor, citações de livros por autor, reconhecimento de um nome como “celebridade”, numero de referências no Google, populações das cidades, danos causados por terremotos, mortes na guerra, ....

 

O Mediocristão é onde devemos suportar a tirania do coletivo, do rotineiro, do óbvio e do previsto; o Extremistão é onde estamos sujeitos à idéia do singular, do acidental, do não visto e do imprevisto. Não importa quanto se esforce, você nunca perderámuit pesso em um unido dia; você precisa do efeito cumulativo de muitos dias, semanas, até meses.

 

Como sabemos que o que observamos a partir de certos objetos e eventos é suficiente para que tenhamos a capacidade de descobrir suas outrs propriedades? Essas são armadilhas embutidas em qualquer tipo de conhecimento adquirido por meio da observação.

 

Imagine um peru que é alimentado diariamente. Cada refeição servida reforçará a crença do pássaro de que a regra geral da vida é ser alimentado diariamente por membros amigáveis da raça humana que “zelam por seu melhor interesse”, como diria um político. Na tarde da quarta-feira que antecede o Dia de Ação de Graças, algo inesperado acontecerá ao peru. Ele estará sujeito a uma revisão de suas crenças.

 

Considere a surpresa da Primeira Guerra Mundial. Depois dos conflitos napoleônicos, o mundo experimentara um período de paz que levaria qualquer observador a acreditar no desaparecimento de conflitos gravemente destrutivos. Contudo, surpresa! [América do Sul hoje]

 

(...) os banqueiros levaram todos, especialmente a si próprios, a acreditar que eram “conservadores”. Eles não são conservadores, são apenas fenomenalmente habilidosos em se auto-enganar varrendopara baixo do tapete a possibilidade de uma perda grande e devastadora. (...) O Federal Reserve Bank protegeu-os à nossa custa: quando bancos “conservadores” têm lucro, o benefício é deles; quando são lesados, nós pagamos os custos.

 

Do ponto de vista do peru, não ser alimentado no milésimo primeiro dia ´um Cisne Negro. Para o açougueiro, não, já que a ocorrência não é inesperada.

 

Sextus Empiricus representou e colocou no papel as ideias da escola dos céticos pirronicos que buscavam alguma forma de terapia intelectual resultante da suspensão de crença. Você está diante da possibilidade de um evento adverso? Não se preocupe. Quem sabe, ele pode acabar sendo bom para você. Duvidar das conseqüências de um resultado permitirá que você permaneça imperturbável. Os céticos pirronicos eram cidadãos dóceis que seguiam costumes e tradições sempre que possível, mas ensinaram a si próprios a duvidar sistematicamente de tudo, obtendo com isso certo grau de serenidade.

 

Ter consciência de um problema não significa muita coisa – especialmente quando interesses especiais e instituições que servem a si próprias estão em jogo.

 

O objetivo do livro é ensinar a não ser trouxa nas coisas que interessam.

 

É extremamente conveniente supor que vivemos no Mediocristão. Por quê? Porque isso permite que excluamos as surpresas do Cisne Negro!

 

A menos que nos concentremos muito, é provável que, involuntariamente, simplifiquemos o problema porque nossas mentes o fazem rotineiramente sem que nos demos conta.

 

Nosso maquinário dedutivo, aquele que usamos na vida cotidiana, não foi feito para um ambiente complicado no qual uma declaração é alterada de modo significativo quando sua construção é levemente modificada.

 

Reagimos a uma informação não por se mérito lógico e sim tendo por base a estrutura pela qual é envolvida, e como é registrada em nosso sistema socioemocional.

 

Com ferramentas e com tolos, qualquer coisa pode ser fácil de se encontrar. Você pega instâncias passadas que corroboram suas teorias e trata-as como provas. Um diplomata mostrará a você suas “realizações”, e não o que não consegiu fazer.

]

Eu posso encontrar confirmação para praticamente qualquer coisa, assim como um motorista de táxi habilidoso de Londres consegue encontrar o trânsito para aumentar o valor da corrida, mesmo em um feriado.

 

É verdade4 que mil dias não podem provar que você está certo, mas um dia pode provar que está errado.

 

O caso continua sendo que você sabe o que está errado com muito mais certeza do que o que sabe que está certo.

 

Talvez, o verdadeiro sinal de autoconfiança seja a capacidade de olhar para o mundo sem a necessidade de encontrar sinais que afaguem o próprio ego.

 

Quando árabes e israelenses assistem ao noticiário, eles vêem histórias diferentes na mesma sucessão de eventos. Da mesma forma, democratas e republicanos observam partes diferentes dos mesmo dados e nunca convergem para as mesmas opiniões. Depois que sua mente é hatibada por uma certa visão do mundo, você tenderá a considerar apenas as instâncias que provem que está certo. Paradoxalmente mais informação tiver, mais sentirá que suas visões são justificadas.

 

 

É preciso muito mais que mil dias para que se possa aceitar que um escritor não é talentoso, que um mercado não quebrrará, que uma guerra não estourará, que um projetoé impossível, que um país é “nosso aliado”, que uma empresa não irá à falência, que um analista de títulos de uma corretora não é um charlatão ou que um vizinho não me atacará. No passado distante, os humanos podiam fazer inferências com muito mais precisão e rapidez. Além do mais, hoje, as fontes de Cisne Negro multiplicaram-se além da mensurabilidade.

 

Eventos geodésicos ou ligados ao clima (como tornados e terremotos) não mudaram muito no último milênio, mas o que mudou foram as conseqüências socioeconômicas de tais ocorrências.

 

A falácia narrativa aborda nossa capacidade limitada de olhar para seqüências de fatos sem costurar uma explicação nelas, ou,equivalentemente, forçar uma ligação lígica, uma flecha de relacionamento, sobre elas. Explicações unem fatos.

 

Não se pode permanecer em estado de alerta constante.

 

Nós, membros da variedade humana dos primatas, temos uma fome por regras porque precisamos reduzir a dimensão das questões para que possam entrar em nossas cabeças.

 

Uma novela, uma história, um mito ou um conto, todos possuem a mesma função: poupam-nos da complexidade do mundo e protegem-nos de sua aleatoriedade. Mitos atribuem ordem à desordem da percepção humana e ao “caos da experiência humana” que é percebido.

 

Nossa tendência a perceber narratividade e causalidade são sintomas da mesma doença, redução de dimensão. (..) A causalidade faz com que o tempo flua em uma única direcao, e a narrativa faz o mesmo.

 

Pessoas em profissões com alta aleatoriedade (como no mercado financeiro) podem sobrer mais do que o necessário com o efeito tóxico dessas feridas restrospectivas: eu deveria ter vendido minha carteira de ações quando estava no valor mais alto; ... desculpar-se por sua estratégia de investimento “imprudente” (ou seja, que parece imprudente em retrospecto).

 

Manchete da Bloomberg News ÀS 13:01:

TÍTULOS DO TESOURO DOS EUA SOBEM; CAPTURA DE HUSSEIN PODE NÃO CONTER TERRORISMO.

E ÀS 13:31:

TÍTULOS DO TESOURO DOS EUA CAEM; CAPTURA DE HUSSEIN AUMENTA A ATRACAO DE RECURSOS DE RISCO.

 

Em um artigo publicado na revista Science: “Traços nacionais” podem ser ótimos para filmes e podem ajudar muito nas guerras, mas são noções platônicas que não pussuem qualquer validade empírica – mas ainda assim, por exemplo, tanto os ingleses quanto os não-ingleses acretiam em um “temperamento nacional” inglês.

 

Empiricamente, sexo, classe social e profissão parecem ser melhores previsores do comportamento de alguém do que a nacionalidade (um homem da Suécia é mais parecido com um homem de Togo do que com uma mulher da Suécia; um filósofo do Peru é mais parecido com um filósofo da Escócia do que com um faxineiro do Peru e daí em diante.

 

Câncer decorrente do tabagismo parece maisprovável do que câncer sem uma causa ligada a ele – uma causa não especificada significa que não há causa.

 

As pessoas preferem pagar por seguro contra pequenas perdas prováveis à custa das menos prováveis, mas de impacto maior.

 

Após um Cisne Negro, como o 11 de setembro, as pessoas esperam que ele volte a ocorrer, quando na verdade as chances de isso acontecer foram incontestavelmente reduzidas.

 

A 9 quilômetros dedistância [do fosse onde um bebê caira], pessoas moriam vítimas da guerra e cidadãos eram ameaçdados por carros-boma, mas o destino da criança italiana estava entre os principais interesses da população do bairro cristão de Beirute.

 

“Um morte é uma tragédia; 1 milhão é estatística.” – Frase, supostamente, dita por Stalin.

 

O terrorismo mata, mas o maior assassino continua sendo o clima, responsável por cerca de 13 milhões de mortes ao ano.

 

O mundo mudou rápido demais para nossa estrutura genética.

 

É difícil lidar com as conseqüências sociais da aparência de fracasso constante. Somo animais sociais; o inferno são os outros.

 

(...) por conseguirmos anular nosso instinto animal por recompensas imediatas, somos um pouco melhores que os animais – mas talvez não muito. E não o tempo todo.

 

Se você estiver num estado de sede agoniante, uma garrafa d’água aumenta significativamente seu bem-estar.Mais água significa mais prazer. Mas e se eu dessa a você uma cisterna d’água? Claramente, o bem-estar torna-se rapidamente insensível a outras quantidades. Na verdade, seeu lhe desse a opção entre uma garrafa e uma cisterna, você preferirira a garrafa – portanto, o prazer diminui com quantidades adicionais.

 

A progressão linear, uma idéia platônica, não é a norma.

 

A maioria das pessoas envolvidas nas buscas que chamamos de “concentradas” passa a maior parte do tempo esperando pelo grande dia que (em geral) nunca chega.

 

Alguma cegueira às probabilidades ouuma obsessão com próprio Cisne Negro positivo é necessária para o funcionamento de empreendedores.

 

Fatura 1 milhão de dólares em um ano e nada nos 9 anos anteriores não proporciona o mesmo prazer que ter o total dividido igualmente ao longo do mesmo período, ou seja, 100 mil dólares por ano.

 

[Acho o exemplo infeliz porque não considera os custos incorridos no tempo, ou seja, que leva o dinheiro pelo ralo dos custos da sobreviência de 9 anos.]

 

A Mãe Natureza destinou-nos a obter prazer de um fluxo constante de recompensas pequenas, mas frequentes.

 

A felicidade depende muito mais do número de ocorrências de eventos “felizes”, do que da intensidade deles quando ocorrem.

 

A ser perguntado a Montaigne “por que”, ele respondeu: “Porque era ele e porque era eu”.

 

Ou você aposta que o Cisne Negro vai acontecer ou que nunca acontecerá, duas estratégias que exigem predisposições mentaris completamente diferentes.

 

É muitomais fácil indicar autoconfiança se você é excessivamente educado e amigável; você pode controlar as pessoas sem precisar ofender suas sensibildiades. O truque é ser tão suave quanto possível em questões pessoais.

 

Para provar que rezar protegia de afogamentos, mostram a Diágoras, que não acreditava nos Deuses, tábuas ilustradas com os retratos de alguns adoradores que rezaram e sobreviveram a um naufrágio.  Ele entãoperguntou: onde estão os retratos dos que rezaram e depois se afogaram?

 

Isso é o que chamamos de problema da evidência silenciosa. [a evidência que não aparece, que não é citada, que é camuflada]

 

E esse é o caminho de toda superstição, seja em astrologia, sonhos, profecias, julgamentos divinos ou algo parecido.

 

É muito fácil evitar olhar para o cemitério ao inventar teorias históricas.

 

Quanto a jornalistas, nem pensar! Eles são produtores industriais da distorção.

 

O crime compensa? Jornais relatam os criminosos que são capturados. Não há uma seção no The New York Times que registra as histórias daqueles que cometeram crimes mas não foram pegos. O mesmo acontece em casos de sonegação de impotos, suborno no governo, círculos de protituicao, envenenamento de esposas ricas (com substâncias que não têm nome e não podem ser detectadas) e tráfico de drogas.

 

Aqueles que nascem com uma tendência natural a desenvolver um corpo de nadaro tornam-se melhres nadadores. São eles que você vê em sua amostragem, nadando de um lado para outro nas peiscinas. Mas teriam uma aparência praticamente igual se levantassem pesos. É fato que um músculo especifico cresce exatamente da mesma forma, não importa se você toma esteroides ou se sobe paredes na academia local.

 

Poucas pessoas parecem prestar atenção nas vitimas de câncer jazando solitárias em um estado de depressão ao-televisionada. Os pacientes com câncer não so não votam (estarão mortos na próxima eleição), mas também não se manifestam para nosso sistema emocional. Diariamente morrem mais dessaspessoas do que as mortas pelo furacao Katrina; são elas quem mais precisam de nós – não apenas nossa ajuda financeira mas também nossa atenção e bondade.

 

No ensaio “O que vemos e o que não vemos”, Bastiat ofereceu a seguinte idéia: podemos ver o que governos fazem, e por causa disso podemos elogiá-los – mas não vemos a alternativa. Mas existe uma alternativa – ela é mnoes óbvia e permanece não-vista.

 

Lembre-se da falácia confirmatória: governos são ótimos em dizer o que fizeram, mas não o que não fizeram. Na verdade, abraçam o que pode ser rotulado de falsa “filantropia”, a atividade de ajudar pessoas de forma visível e sensacional sem levar em conta o cemitério não-visto de conseqüências invisíveis.

 

Tenha coragem de considerar as conseqüências silenciosas quando estiver diante deo próximo humanitário engtanador.

 

São aqueles que sobrevivem que tendem a crer que são indestrutíveis; eles terão uma experiência suficientemente longa e interessante para que escrevam livros a respeito.

 

Esse viés faz om que o sobrevivente seja uma testemunha desqualificada do processo. Você acha isso perturbador? O faato de ter sobrevivido é uma condição que pode enfraquecer a percepção das propriedades da sobrevivência, incluindo a noção superficial de “causa”.

 

O fato de termos chegado até aqui por acidente não significa que devamos continuar correndo os mesmos riscos.

 

A evolução é uma série de acasos, alguns bons e muito ruins. Só se vêem os bons.

 

O argumento do ponto de referencia é o seguinte: não calcule probabilidades a partir do ponto de vista do jogador vencedor, e sim do ponto de vista de todos aqueles que começaram no grupo obaservado.  (...) Do ponto de referência do vencedor (que não leva os perdedores em consideração, e isso é muito importante), uma longa série de vitórias parecerá uma ocorrência extraordinária demais para que seja explicada pela sorte.

 

Só estamos aqui porque o cenário “esperançoso” prevaleceu, e se isso parece difícil demais de se entender é porque estamos excessivamente condicionados por nocoews de causalidade e pensamos que é mais inteligente dizer por que do que aceitar a aleatoriedade.

Jornais precisam rechear os textos com ligações causais para que as narrativas sejam desfrutadas.

 

Somos feitos para ser superficiais, para prestar atenção no que vemos e não prestar atenção nas coisas que não nos ocorrem vividamente: cultivamos um desdém natural, até físico, do abstrato.

 

O lema de Tony é “descobrir quem é o trouxa”.

 

O que é a falácia lúdica? Lúdico vem do latim ludus, jogo.

 

Na vida real as fontes de incerteza não são definidas.

 

O cassino perdeu cerca de 100 milhões de dólares quando um artista insubstiuivel em seu principal show foi mutilado por um tigre (o show, Sigfried na Roy, era uma das principais atrações de Las Vegas). O tigre fora criado pelo artista e até dormia em seu quarto; até então, ninguém suspeitara que o poderoso animal pudesse voltar-se contra o mestre. Em analises desituacoes possíveis, o cassino até concebera o animal pulando na platéia, mas ninguém chegou perto da idéia de fazer um seguro contra o que ocorreu.

 

O cassino gastou centen as de milhares de dólares em teoria de jogos e em vigilância de alta tecnologia enquanto a amaior parte dos riscos vinha de fora de seus modelos.

 

Infelizmente, não somos fabricados, na edição atual da raça humana, para compreender questões abstratas – precisamos de contexto. Aleatoriedade e incerteza são abstrações. Respeitamos o que aconteceu, ignorando o que poderia ter acontecido. Em outras palavras, somos naturalmente rasos e superficiais – e não sabemos disso. Esse não é um problema psicológico; ele vem da propriedade principal da informação. O lado escuro da Lua é mais difícil de ser visto; iliminá-lo despende energia. Da mesma forma, iluminar o não-visto despende esforço computacional mental.

 

Mas a última coisa que você precisa fazer ao lidar com a incerteza é focalizar (você deveria mandar a incerteza focalizar, não nós). O “foco” faz de você um trouxa; ele resulta em problemas de previsão, como veremos na próxima seção. Pr evisão, não narração, é o verdadeiro teste de nossa compreensoa do mundo.

 

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Vimos o quanto somos bons em narrar de forma retroativa, em inventar histórias que nos convencem de que compreendemos o passado. Para muitas pessoas, o conhecimento tem o poder impressionante de gerar confiança em vez de aptidões mensuráveis.

 

Previsões são firmemente instituicionalizadas em nosso mundo. Temos uma queda por aqueles que nos ajudam a navegar pela incerteza, sejam eles adivinhos, acadêmicos (chatos) “bem-publicados” ou servidores civis utilizando matemática fajuta.

 

O futuro não é mais como costumava ser (...) é cada vez maior o papel do imprevisto.

 

A Sydney Opera House deveria ter sido inaugurada no começo de 1963, ao custo de 7 milhões de dólares australiano.s Ela finalmente abriu as portas mais de dez anos depois e, apesar de ser uma versão menos ambiciosa do que fora concebido inicialmente, acabou custando cerca de 104 milhões de dólares australianos.

 

É verdade que nosso conhecimento aumenta, mas ele é ameaçado por crescimentos maiores em autoconfiança, que fazem com que o aumento de conhecimento seja, ao mesmo tempo, um aumento em confusão, ignorância e presunção.

 

[O TESTE DE PREVISÕES]

Pede-se a um grupo de pessoas que estimem o intervalo de valor sobre qualquer coisa de modo a que as pessoas confiem em que sua estimativa (previsão) esteja 98% certa. Por exemplo: qual a população do Azerbaijão?

As pesquisas mostraram que o índice de erro fica próximo de 45% e não de 2%!!!

 

Será que estamos 21 vezes mais confortáveis do que deveríamos com o que sabemos? Parece que sim.

 

A arrogância epistemica tem um efeito duplo: superestimamos o que sabemos e subestimamos a incerteza dpor meio da compressão da faixa de estados incertros possíveis (ou seja, reduzindo o espaço do desconhecido).

Lembro ao leitor que não se está testando o quanto as pessoas sabem e sim avaliando a diferenca entre o qs pessoas realmente sabem e o quanto pensam que sabem.

 

Vi um figurão frenético andando de um lado para o outro com um par de fones de ouvido sem fio preso aos ouvidos e um microfone projetando-se do lado direito (...) Perguntei qual o propósito dauele apetrecho. “Ele gosta de permanecer em contato comLondres respondeu. (...) Aparentar estar ocupado reforça apercepcao da causalidade, da ligação entre os resultados e o papel do indivíduo em relação a eles.

 

Quanto mais informação você der a uma pessoa, mais hióteses ela formulará ao longo do processo e terá um desempenho pior. As pessoas vêem mais interferências aleatórias e as confundem com informações.

 

Pesquisas indicam que a capacidade de diagnostico dos psicólogos não aumentou som o suprimento adicional de informação. Eles só ficaram mais confiantes em relação ao diagnostico original.

 

Os jornais podem prever muito bem o horário de abertura dos teatros [!!!]

 

O problema com especialistas é que eles não sabem o que não sabem.

 

Tetlock estudou o trabalho dos “especiliastas” políticos e econômicos. Ele pediu a vários especialists que julgassem a probabilidade da ocorrência dentro de um limite de tempo (cerca de cinco anos) de uma serie de eventos políticos, econômicos e militares. (...) Não havia diferença nos resultados entre alguém com pos-doutorado e algbuem com umdiploma de graduação. Professores com publicações bem-sucedidas não tinham vantagem albuma em relação a jornalistas. A única regularidade encontrada dói o efeito negativo da reputação sobre as previsões: aqueles que tinham grandes reputações eram piores previsores do que os que não tinham reputação alguma.

 

[As explicações das previsões erradas]

  1. Você diz para si próprio que estava jogando utro jogo.
  2. Você invoca o outlier. Omodelo estava certo mas o jogo acabou sendo diferente do que se esperava.
  3. Você diz que “estava quase certo”. Você acha difícil aceitar que sua compreensão seja um pouco limitada.

 

Existe algo em nós projetadopara proteger nossa auto-estima.

 

[Tenha como conduta que] a história será dominada por um evento improvável, você soa não sabe qual será esse evento.

 

Previsões [de economistas] são, na melhor das hipóteses, apenas levemente melhores do que previoes aleatórias, - naosao suficientmente boas para ajudar em decidoes sérieas.

 

[Teste] Peça a alguém para dizer-lhe os 4 ultimos dígitos de sua carteira de identidade.Em seguida, peça-lhe que estime o numero de dentistas em Manhattan. Você descobrirá que, por fazer com que a pessoa toma consciência de um numero de 4 digitos, você está induzindo uma estimativa correlata a ele.

 

A introdução de um ponto de referencia na mente do previsor fará maravilhas. “Quero 1 milhão por estcasa”; o comprador responderá”850 apenas” – a discussão será determinada pelo nível inicial.

 

Essa propriedade sutil, mas extremamente consequencial da aleatoriedade escaláve, é incomummente contra-intuitiva. Compreendemos mal a lógica dos grandes desvios da norma.

 

As políticas necessárias para tomar decisões deveriam depender muito mais da faixa de resultados possíveis do que do numero dinal presumido.

 

Previsões feitas por burocratas tendem a ser usadas para alivio de ansiedade, e não para a fomentação adequada de políticas.

 

O Cisne Negro tem 3atributos:

  1. imprevisibilidade
  2. conseqüências
  3. e explicabilidade retrospectiva

 

Ser um executivo não requer lobos frontais muito desenvolvidos e sim uma combinação de carisma, capacidade de suportar o tédio ea habilidade de apresenta um desempenho superficial sob a pressão de agendas agressivas. Acrescente a essas tarefas o “dever” de comparecer a apresentações de ópera [ou ao que tiver na moda comparecer].

 

A sorte favorece os preparados [e, portanto] A melhor maneira de se expor ao máximo é continuar pesquisando.

 

O argumento central de Popper é que, para que se possa prever eventus históricos, é necessário prever inovações tecnológicas, o que por si só é fundamentalmente imprevisível.

 

Agora, se você profetizar a aparência de uma roda e, portanto, já sabe como construiu uma roda, então já está encaminhado. O Cisne Negro precisa ser previsto!

 

Não somos facilmente capazes de conceber invenções futuras (caso o fossemos, elas já teriam sido inventadas).

 

Vemos defeitos nos outros, mas não em nós mesmos. Mais uma vez, parece que somos maravilhosos com mecanismos de auto-enganação.

 

Para Hayek, uma previsão verdadeira é feita organicamente por um sistema, não por decreto. (...) A sociedade como um todo pensa fora dos padrões.

 

Platão acreditava que deveríamos usar as duas mãos com a mesma destreza. (...) Tivemos que esperar até Louis Pasteur para descobrir que moléculas químicas são destras ou canhotas e que isso tinha uma importância considerável.

 

Recorde o problema do Peru. Você olha para o passado e deriva alguma regra sobre o futur. (...) se você sobreviver até amanhã, isso poderia significar que:

a)      é mais provável que seja imortal ou

b)      que está mais próximo da morte.

 

 

Infelizmente, não se pode afirmar autoridade através da aceitação da própria falibilidade. Simplesmente, as pessoas precisam ser cegadas pelo conhecimento – somos feitos para seguir lideres que podem reunir as pessoas porque as vantagens de se estar em um grupo superam as desvantagens de se estar sozinho. (...) psicopatas angariam seguidores.

 

Nós, humanos, devemos enganar um pouco a nós mesmos ocasionalmente. [Ocasionalmente!!??]

 

Aleatoriedade, no final das contas, é apenas desconhecimento. O mundo é opaco e as aparências enganam.

 

Não acredito que virtudes possam ser ensinadas facdilmente, nem incentivo as pessoas a se esforçarem para que evitem fazer julgamentos. Por quê? Porque devemos lidar com humanos como humanos. Não podemos ensiar as pessoas a suspenderem julgamentos; julgamentos estão incrustados no modo pelo qual vemos objetos. Eu não vejo uma “árvore”; vejo uma árvore agradável ou uma árvore feia. (...) Algo em nossa querida natureza humana faz om que desejemos acreditar; e daí? [e é isso que sustenta as crenças]

 

Saiba categorizar crenças não de acordo com plausibilidade delas, e sim pelo dano que podem causar.

 

O método de tentativa e erro significa tentar muito. (...) Não conseguimos aceitar que séries de pequenos fracassos são necessárias na vida.

 

[A dica financeira que ele dá]:Coloque 85% em títulos do tesouro (extremamente seguros) e 15% em apostas extremamente especulativas.

 

Invista em preparação e não em predição. Lembre-se de que a vigilância infinita simplesmente não é possível.

 

(...) executivos manipularão o sistema exibindo um bom desempenho para que possam receber suas bonificações anuais.

 

(...) as pessoas continuarão a fazer previsões tolamente, especialmente se forem pagas para tal, e você não pde dar fim às fraudes institucionalizadas.

 

Coloque-se em situações em que conseqüências favoráveis sejam muito maiores que as desvavoraveis.

 

Blaise Pascal: eu não sei se Deus existe, mas sei que não tenho nada a lucrar por ser ateu caso não exista, enquanto tenho muito a perder caso exixta. Portanto, isso justifica minha crença em Deus. (...) Supostamente, Bertand Russell teria alegado que Deus precisaria ter criado tolos para que o argumento de Pascal funcionasse.

 

Cisne Negro não precisa ser apenas rao ou incontrolável; precisa ser inesperado, precisa estar fora de nosso túnel de possibilidades. Você tem de ser um trouxa para ele. O que ocorre é que muitos evetnso raros podem revelar suas estruturas para nós: não é fácil computar as probabilidades, mas é fácil obter uma idéia geral da possibilidade de ocorrerem. Podemos tgransformar esses Cisnes Negros em Cisnes Cinzentos, por assim dizer, reduzindo o efeito-surpresa. Uma pessoa consciente da possibilidade de tais eventos pode vir a pertencer à classe dos não-trouxas.

 

 

O mundo que temos na mente é diferente do que se passa lá fora.

 

Observe que acadêmicos são julgados principalmentepor quantas vezes suba obra éusada como referência nos trabalhos de outras pessoas, e assim são formados grupos de pessoas que se citam mutuamente (algo do tipo “Eu cito você e você me cita”).

 

É mais fácil para os ricos ficarem mais ricos epara os famosos ficarem mais famosos.

 

Memes não são verdadeiramente como genes. Ideias espalham-se porque, infelizmente, têm como portadores agentes auto-servientes que estão interessados nelas e que também têm interesse em distorcê-las no processo de replicação. (...)Categorias mentais contagiosos devem ser aquelas nas quais estamos preparados para acreditar, talvez até programados para acreditar. Para que seja contagiosa, uma categoria mental precisa concordar com nossa natureza.

 

Considere a seguinte estatística séria: das 500 maiores ompanhias americanas em 1957, 40 anos depois apenas 74 ainda faziam parte do seleto grupo da Standard and Poor’s 500. Poucas haviam desaparecido em fusões; o restoencolheu ou faliu. (...) Em outras palavras, se forem deixadas em paz, as companhias tendem a ser engolidas. Aqueles a favor da liberdade econômica alegam que corporações bestiais e gananciosas não oferecem ameaça alguma porque a competição as mantém sob controle. O que vi na Wharton School convenceu-me de que o motivo real por trás disso inclui uma grande porção de outra coisa: acaso.

 

Mas quando as pessoas discutem o acaso (o que fazem raramente), em geral, olham para a própria sorte. A sorte dos outros conta muito. Outra coprporacao pode ter sorte graças a um produtos de enorme sucesso etomar o lugar dos vencedores atuais. O capitalismo é, entre outras coisas, a revitalização domundo graças à oportunidade de se ter sorte. A sorte é o grande equalizador, porque quase todo spodem ser beneficiados por ela. Ao governos socialistas protegiam seus monstros , fazendo isso,m atavam novatos empotencial antes mesmo que nascessem.

 

Tudo é transitório. A sorte criou e destruiu Cartago; ela criou e destruiu Roma.

 

É verdade que agora temos menos fracassos, mas quando ocorrem... teremosmenos crises, mas elas serão mais graves.

 

As redes possuem uma tendência natural a se organizarem em torno de uma arquitetura altamente concentrada: alguns nódulos são extremamente conectados e outros quase não têm conexões.

 

Chocantemente, a curva na forma de sino é usada como ferramenta de medicaode risco por reguladores e banqueiros centrais que vestem ternos escuros e falam de modo tedioso sobre moedas.

 

A regra 80/20 é apenas metafórica – não é uma regra e muito menos uma lei rígida. No mercado editorial dos
Estados Unidos, as proporções estão mais para 97/20 (ou seja, 97 por centodasvendas de livros são feitas por20 por cento dos escritores).]

 

No mediocristão nenhuma observacaoisolada terá impacto sobre o total. À medida que a população aumenta, as médias irão se tornar cada vez mais estáveis, até o ponto em que todas as amostragens serão parecidas entre si. (...) O que vimos aqui é uma aplicacao da lei suprema do Mediocristao: quando se tem muitos apostadores,nenhum jogador isolado exercerá um impacto mais que diminuto sobre o total.

 

A curva na forma de sino satisfaz o reducionismo dos iludidos.

 

Na verdade, você nunca encontrará uma gaussiana em estado puro, pois ela é uma forma platônica – pode-se chegar perto, mas ela não pode ser alcançada.

 

A curva na forma de sino é organizada de forma que 68,2% das obsdrvacoes caiam entre -1 e +1 desvio-padrão.

 

Somos cegos, iletrados ou as duas coisas. Era tão obvio que a geometria da natureza não era a de Euclides, e ninguem, quase ninguém viu isso. Essa cegueira (física) é idêntica à falácia lúdica que faz com que pensemos que os cassinos representam a aleatoriedade.

 

Descobrir que a história anda para a frente, não para trás, costuma ser um processo humilhante, especialmente para alguém que esteja ciente da falácia narrativa. Por mais que se pense que homens de negócios tenham egos g4randes, essas pessoas são frequentemente humilhadas por lembretes das diferençcas entre decisão e resultados, entre modelos precisos e a realidade.

 

Como sabemos se temos dados suficientes?

 

Agora, por que os estatísticos que trabalham com dados históricos não têm consciência desse problema? Primeiro porque não gostam de ouvir que todo o seu negócio foi cancelado pelo problema da indução. Segundo, não são confrontados com os resultados de suas predições de maneiro rigorosa.

 

Fico irritado com mais freqüência com aqueles que atacam o bispo mas que, de alguma forma, acreditam no analista de títulos – aqueles que exervem o próprio ceticismo contra a religião, mas não contra a economia, cienteistas sociais e estaisticos impostores.

 

Nem mesmo os padres recorrem aos bispos quando se sentem mal: a primeira parada é o consultório médico. Mas vamos aos escritórios de muitos pseudocientistas e “especialistas” por falta de alternativa.

 

Ter muitos dados não propicia a confirmação, mas uma única observação pode desconfirmar.

 

O único conselho válido que recebi: “Não corro para pegar trens.”

 

Perder um trem só é doloroso se você correr para pegá-lo! Da mesma forma, não estar de acordo com a idéia de sucesso que as pessoas esperam de você só é doloroso se for isso que estiver procurando.

 

Você tem muito mais controle sobre a própria vida se decidir seu critério por conta própria.

 

 

Você sempore pode controlar o que você faz; portanto, faça disso seu objetivo.

 

Esquecemos rapidamente que estar vivo já é uma osrte extraordinária, um evento remoto, uma ocorrência aletaoria de proporções monstruosas. [E uma raridade.]

 

Não seja como o ingrato que ganhou um castelo de presente e preocupou-se com o mofo no banheiro. Pare de olhar os dentes do cavalo que ganhlu de presente – lembre-se de você é um Cisne Negro.

 

O Conhecido, o Desconhecido e o Irreconhecível.

 

 

 

 

GLOSSÁRIO

 

Aleatoriedade Mandelbrotiana: são os casos dos Cisnes Cinzentos. São escaláveis mas...

 

Efeito Mateus: meio pelo qual pessoas tomam dos pobres para dar aos ricos. As leis escaláveis já foramdiscutidas nas Escrituras: “Porque a todo o que tem dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado”. (Mateus 25:29)

 

Fideismo: confiar na fé e não na razão.

 

Memes:: ideias que se espalham e competem entre si utlizandopessoas como portadores.

 

Outlier: representa os dados espúrios em uma amostra estatística

Não-evento:  o não-evento de algo amplamente esperado também é um Cisne Negro. Observe que, simetricamente, a ocorrência de um evento altamente improvável é equivalente à não-ocorrência de um evento altamente provável.

 

Perseverança da crença: a tendência a não se reverter opiniões que já foram formadas. Lembre-se de que tratamos ideias como propriedades e que temos dificuldade em abrir mão delas.

 

Platonismo: o desejo de dividir a realidade em formas bem definidas.

 

Plistoceno – 10 mil anos atrás

 

Profissão escalável: aquela em que não se é pago por hora e onde pode-se ter a chance de ganhar muito dinheiro, ou seja, onde possa existir um Cisne Negro. Onde você faz o mesmo trabalho produzindo cem ou mil unidades. É o que distingue (potencialmente) o escritor do lojista; o especulador do médico; o fraudador da prostituta. Mas profissões escaláveis só são boas se você for bem-sucedido. E são muito mais aleatórias, com disparidades imensas entre esforços e recompensas.

 

Serendipidade: os príncipes de Serendip (um conto de fadas) estavam sempre fazendo descobertas, por acidente ou sagacidade, de coisas que não estavam procurando.

 

Utopia: sociedades construídas a partir de um plano do que “faz sentido”.

 

 

Bibliografia:

 

O que aprendi perdendo 1 milhão de dólares – de D. Paul e B. Moynihan.

 

Três livros de “ciência popular” que resumem a pesquisa em sistemas complexos:

Ubiquity, de Mark Buchanan

Massa crítica de Philip Ball

Why Most Things Fail, de Paul Ormerod