“THE DREAM IS OVER”

John Lennon

 

E acabou mesmo. Ou você é capaz de responder rapidamente quais são os 5 principais sites de conteúdo? Ou os 3 principais sites de e-commerce? Mas com certeza você é capaz de ter na ponta da língua as 5 principais revistas do país e as 3 principais redes de televisão. Discordâncias à parte, estou certo, não estou?

 

Em relação à internet não dá pra discordar porque não há qualquer dúvida. Ninguém vingou. UOL? Espere para ver. Por enquanto o tubarão ainda tem peixe pra comer (acabou de engolir o SOL). Seis meses atrás você colocaria suas fichas na falência de um provedor de acesso bancado pelo SBT? E a StarMedia? Quem te viu e quem te vê!!! Falando em ver, alguém tem visto o Submarino por aí? Site de leilão? O que é isso? OK, OK. Mulher pelada. Nem esses. Há quanto tempo você não dá uma e-scapadinha? IG? É o que parece ter mais chance. O Nizan é bom, o cachorrinho é bonitinho, mas se não tiver serviço relevante, não vai adiantar latir. Porque o sonho acabou. Agora a internet cai na real e começa a ser vista como ambiente utilitário. E aí, os negócios são mais em baixo.

 

Quer ver coisas com sabor de velho, de estragado? Ai vai.

 

MSN (Mensagem Não-Solicitada). Hoje, o que mais se exalta, é o valor do email como ferramenta de marketing.

 

Campanha Anti-spam. Aposto que está acontecendo com vocês o que está acontecendo comigo. A cada dia tenho menos mensagens na minha caixa postal. A ineficiência parece ser o melhor antídoto contra spam. Será que aquela lista spam-br ainda existe? E a block list deles, será que tem alguma serventia?

 

Push. Onde anda o Pointcast? Alguém foi ao funeral? Me conta, vai.

 

Pequenos provedores. Acabam de criar um portal dos pequenos provedores. Uma tentativa de sobrevivência. Será que eles (provedores) agora me perdoam pelo contundente artigo que escrevi há exatos 3 anos atrás.

 

Conexão gratuita. Deixe-me ver... Um ano. Esperemos mais um ano e voltaremos a conversar.

 

Banner. 1% de clique-resposta? Quem apostou, perdeu.

 

Produtoras de site. Olhe para o lado. Você está vendo alguém? Aposto 10 contra 1 que se você perguntar, ele/ela vai responder que desenvolve seu site a um precinho que “duvidamos” quem faça mais barato.

 

Até as novíssimas novidades via “WAP” (Wireless Application Protocol) já receberam do John C. Dvorak (Info Exame) o seguinte comentário: “Para começar, a idéia de surfar na Internet numa tela pequena é boba”.

 

Diga-me lá, o pá, quanto tens ganho navegando na web? Eu, de cá, já larguei desta grande bobagem. Usamos a web quando ela nos parece o melhor instrumento para obter o que precisamos. E ponto. Em sites com ou sem br.

 

Os números. Lembra? Faz poucos meses. A mídia estava abarrotada de numerologia mirabolante sobre investimentos em sites. Como será que estão os números da realidade cotidiana? Vermelhos, a maioria. E os investidores começando a ficar roxos de raiva. E web-empreendedores começando a ficar inadimplentes.

 

O crescimento da internet como antigamente (ano passado), acabou. É o que observamos em nossas casas, em nossas empresas. Mas, como não temos credibilidade, os ibopes da vida estão ai para confirmar nossas observações. Fim. A partir de agora a taxa mensal de crescimento (que já é pequena) se reduz mês a mês. Quem tinha computador, já tem internet. Quem não tem computador, pouca chance tem de ter. Se tiver, menos chance tem de mantê-lo funcionando. Menos ainda, mantê-lo conectado a uma telefonia privatizada em busca de altos (e fáceis) lucros.

 

Mas e o potencial de compra desses 5% - bem, 10% - de brasileiros privilegiados que vão revolucionar o comércio de bens e serviços? Acompanhe-me, pliiise. Eu trabalho em um bairro movimentado, com um comércio dinâmico. Quando saio para almoçar, na ida ou na volta, passo pela farmácia e compro o remédio e o shampoo que preciso. Passo na loja de roupas que gosto, e onde já sou conhecido, e experimento uma calça e um sapato. Compro e ainda ganho um bom desconto porque sou cliente assíduo. Entro no banco e retiro, no terminal, o extrato da conta. Passo no mercado e compro alguma coisa para o jantar. Enquanto caminho, do celular, ligo para meu contador e dou algumas instruções. E, em vez de mandar email, ligo para um amigo combinando de nos encontrarmos para bater um papo. Tudo isso é o que dizem que eu posso fazer pela internet. Mas só esqueceram de me perguntar se, pela internet, é a maneira que eu considero a mais conveniente.

 

O sonho acabou. Mas alguém acha que pode subsistir no mercado de trabalho (exercendo funções com uso de massa encefálica) sem ter email? Alguma empresa pode pensar em existir sem presença na web por mínima que seja?

 

O número 1 da revista Economia Digital, editada pela Gazeta Mercantil, traz um artigo nos dando conta de uma fantástica descoberta: “As leis do mundo real valem na web”. E alguém pensava que seria diferente!? Pior que pensaram. De qualquer modo, é a pá de cal sobre o moribundo.

 

O sonho está acabado e enterrado. Foi ruim? Não. Foi “over”? Com certeza. Será que já absorvemos a essência desta maravilhosa tecnologia? Estamos absorvendo. Enquanto isso, a Internet Marketing está encerrando uma fase.

 

Ao longo de 3 anos e meio, procurei, com meus artigos na IM, oferecer um contraponto às idéias que eram jorradas sobre nossas cabeças. Procurei contribuir no processo de assimilação oferecendo outras perspectivas de visão para as novidades de cada momento. Se foi uma missão, está cumprida. Mas a IM não acaba, apenas muda. Não muda no rótulo, INTERNET MARKETING, mas muda no conteúdo. Porque a internet começa a ser entendida como mais um meio de comunicação à disposição do marketing (entre outras utilidades). Um meio poderoso, sem dúvida. Com um espaço promissor, com absoluta certeza. Mas restrito às suas qualidades. Como qualquer outro meio de comunicação.

 

A partir do próximo artigo, a IM abrangerá o marketing e a comunicação independente do meio, além de, em uma ou outra oportunidade, abordar algum assunto que considere relevante para o momento. Ou seja, vou escrever mais compromissado com minhas relevâncias, porque, afinal, neste meio, nós somos a mensagem. É ou não é?