NOTAS EXTRAÍDAS DE A REVOLTA DE ATLAS

Autora: Ayn Rand

Ed. Arqueiro (1957/2010/2021)

 

36

[Passageiro no trem]: Que importância têm os indivíduos em meio às realizações titânicas de nossa era industrial?

 

70

[O jornaleiro da banca]: Quando um homem pensa, há uma luz acesa em sua mente.

 

76

[Reflexão de Dagny]: Não há necessidade de que exista a dor; por que, então, está a dor reservada para aqueles que não acreditam em sua necessidade? Nós que sustentamos o amor e o segredo da alegria, por que devemos sofrer a dor, obedecendo a quem?

 

94

[Hank Rearden em diálogo com Dagny]: Essa loucura á coisa temporária. Não pode durar. Como toda loucura, tende a se autodestruir. Você e eu teremos apenas que trabalhar um pouco mais duro por algum tempo, só isso.

 

142

[Dr. Pritchet conversa com Liliam Rearden]: Uma economia livre não pode existir sem competição. Portanto, os homens devem ser obrigados a competir. Logo, temos de controlar os homens para obrigá-los a serem livres.

 

143

[E mais adiante no mesmo diálogo]: Minha cara senhora, o dever do pensador não é explicar, e sim demonstrar que nada pode ser explicado.

 

144

[Ainda mais adiante]: Se as pessoas não pudessem comprar 1 milhão de exemplares de uma mesma porcaria, seriam obrigadas a ler livros melhores.

 

154

[Reflexão extensa de Francisco D’Anconia sobre sua mina no México]

 

189

[Um velho vagabundo no bar em diálogo com Dagny]: As histórias que nos constam [os sonhos] quando a gente é criança, sobre o espírito humano. Não existe tal coisa. O homem não passa de um animal que só tem duas capacidades: comer e reproduzir.

 

190

[Mais adiante, no mesmo diálogo]:

- O que é moralidade? – perguntou Dagny

- É o julgamento que permite distinguir o certo do errado, é a visão que enxerga a verdade, é a coragem que age com base no que vê, é a dedicação ao que é bom, é a integridade de quem permanece no lado do bem a qualquer preço. Mas onde se encontra isso?

 

195

[Dagny]: Era inútil discutir, pensou ela, e se perguntou como é que havia pessoas que nem refutavam uma argumentação nem a aceitavam.

 

201

[Dagny]: Então o que orienta as ações humanas?

[Dr. Stadler]: As conveniências do momento.

 

203

[Dr. Stadler]: (...) Os homens não estão preparados para ouvir a verdade ou a voz da razão. É impossível convencê-los com argumentações racionais. A mente é impotente contra eles. Se quisermos realizar alguma coisa, é necessário enganá-los, para que eles nos deixem trabalhar. (...)

 

[Mais a frente, acrescenta]: A inteligência? É uma fagulha tão rara e precária que só dura um instante e depois desaparece. Não se pode prever sua natureza, seu futuro... nem seu desaparecimento...

 

241

Qual a origem da opinião pública? – perguntou Claude Slagenhop numa transmissão radiofônica. – Não há uma origem definida. Ela é geral e espontânea. É um reflexo do instinto primitivo da mente coletiva.

 

242

[Um famoso editor]: Não existem fatos objetivos. Toda reportagem não passa da opinião de alguém. Portanto, é inútil escrever sobre fatos.

 

373

[Dr. Stadler em diálogo com Dagny]: Sra. Taggart, sabe o que caracteriza o medíocre? É o ressentimento dirigido às realizações dos outros. (...) Eles não sabem o que o homem capaz sente quando está cercado de seres inferiores. Ódio? Não, não é ódio, mas tédio – um tédio terrível, sem esperanças, paralisante. De que adianta receber elogios e adulações de homens por quem não se sente respeito?

 

378

[O rapaz do Rearden]: Nunca sabia responder a um “por que”? Só falava por afirmativas categóricas. Dizia sobre as pessoas: “Ele é antiquado.”; “Ele é retrógrado.”; “Ele é desajustado.”

 

394

[Dagny em diálogo com Hank]: Não consigo entender o jogo deles, mas de uma coisa eu sei: não podemos ver o mundo tal como eles querem. É uma fraude, muito antiga e muito grande, e o jeito de desmascará-los é contestar todas as premissas que nos ensinam, questionar todos os preceitos, todos...

 

415

[Reflexão de Hank]: O homem existe para realizar seus desejos.

 

428

[Discurso de D’Anconia no casamento de James Taggart]: 5 páginas

[Ressalto esta fala]: Tais saqueadores acham que não há perigo em roubar homens indefesos, depois que aprovam uma lei que os desarme.

 

436

[D’Anconia dia a Hank]: Qualquer recusa a encarar a realidade, qualquer que seja o motivo, tem consequências desastrosas. Não existem pensamentos maus, senão um único: a recusa a pensar. Não ignore seus próprios desejos, Sr. Rearden. Não os sacrifique: examine as causas deles. Há um limite para quanto o senhor deve suportar.

 

452

[Dr. Ferris]: A sabedoria consiste em saber quando lembrar e quando esquecer. A coerência não é um hábito mental que se deva praticar nem esperar da espécie humana.

 

456

[Dr. Ferris]: É impossível governar homens honestos. O único poder que qualquer governo tem é o de reprimir os criminosos. (...) se não temos criminosos o bastante, o jeito é criá-los. E fazer leis que proíbem tanta coisa que se torna impossível viver sem violar alguma.

 

476

[Franciso D’Anconia para Hank]: para2 páginas

Sr. Rearden, se o senhor visse Atlas, o gigante que sustenta o mundo todo em seus ombros, se o senhor visse o sangue escorrendo pelo peito dele, os joelhos tremendo, os braços estremecendo, porém ainda tentando sustentar o mundo com suas últimas forças, e se quanto mais ele se esforçasse, mais o mundo lhe pesasse nos ombros, o que o senhor lhe diria que fizesse?

- Eu não sei (...)

- Eu diria: sacuda os ombros.

 

[Lílian]: É a essa presunção que me refiro, essa idéia de achar que importa ter ou não ter razão. É a forma mais insuportável de vaidade essa insistência de estar sempre agindo certo. Como é que você sabe o que é certo? Como alguém pode saber não passa de uma ilusão para lisonjear seu próprio ego e magoar as outras pessoas, exibido sua superioridade.

 

499

[Hank para o juiz]: Houve épocas em que os homens acreditavam que “o bem” era um conceito a ser definido em termos de um código de valores morais e que nenhum homem tinha o direito de obter seu próprio bem por meio da violação dos direitos dos outros. Atualmente acredita-se que meu próximo pode me sacrificar de qualquer modo que ele bem entender para atingir qualquer objetivo que considere bom para si, desde que ache que pode se apossar da minha propriedade simplesmente porque precisa dela.

 

[Ainda Hank para o juiz]: 501 a 503

[Ressalto:] Recuso-me a pedir desculpa por ser mais capaz – não aceito pedir desculpa por ter tido sucesso -, me recuso a pedir desculpas por ter dinheiro. Se isso é mau, aproveitem. Se é isso que o público considera prejudicial a seus interesses, então que me destrua. É esse o meu código de valores – e não aceito outro. (...) quando se violam os direitos de um homem, violam-se os direitos de todos, e que um público constituído de seres desprovidos de direitos está fadado à destruição.

 

504

Se foi isso que nos derrotou pensou Rearden, então a culpa é nossa.

 

[E completa]: Se nós, que somos os que fazem, os que produzem, os benfeitores da humanidade, consentimos em que nos rotulassem de mais e suportamos silenciosamente o castigo a que nos sujeitaram por causa de nossas virtudes, que espécie de “bem” queríamos que triunfasse nesse mundo?

 

509

[D’Anconia para Hank]: Se, no passado, um único   empresário tivesse tido a coragem de afirmar que trabalha apenas para lucrar e o dissesse com orgulho, ele teria salvado o mundo.

 

510

[Ainda D’Anconia]: Sabe, acho que o único crime moral que um homem pode cometer contra outro é tentar criar, por meio de palavras e atos, uma impressão de algo contraditório, impossível, irracional, e dessa forma abalar o conceito de racionalidade de sua vítima. (...) Mas o que um homem faz movido pelo desespero não é necessariamente uma chave para se compreender seu caráter. Sempre achei que a verdadeira chave está naquilo que ele faz por prazer.

 

513

[Sobre Nataniel]: página 523

 

526

[Weatherby, enviado de Mouch]: A questão é que o Sr. Mouch me enviou aqui para discutir as exigências dos sindicatos dos ferroviários que pedem um aumento de salário, e as exigências dos usuários, que querem uma redução nas tarifas.

 

 534

[Dagny]: É só aguentar os momentos seguintes. Depois é só aguentar mais uns momentos, uns poucos de cada vez, que então fica mais fácil. Depois você se acostuma.

 

535

[D’Anconia]: Uma cidade é a forma concretizada da coragem humana.

 

538

[D’Anconia]: Dagny, eles não poderiam ganhar de nós [se] não tivéssemos entregado o mundo a eles.

 

558

[Lawson]: O trabalho de um homem não é uma questão pessoal, mas social. Não existem questões pessoais, nem mesmo vida pessoal. É isso que temos que enfiar na cabeça de todo mundo.

 

565

[Dr. Ferris]: Não existe intelecto. O cérebro humano é um produto social, um somatório de influencias recebidas daquelas que o cercam. Ninguém inventa nada, apenas reflete o que está flutuando na atmosfera social. O gênio é um catador do lixo intelectual, um ganancioso coletor de ideias que pertencem a toda a sociedade, da qual ele as rouba.

 

572

[Kinnan, o líder sindical]: Eles [os intelectuais] vivem dizendo àqueles miseráveis escravos que fome é prosperidade, escravidão é liberdade, tortura é amor fraternal, e que, se os miseráveis não entendem isso, é por culpa deles próprios que sofrem, e que os cadáveres torturados nos porões das prisões é que são responsáveis por todos os problemas do país, não os lideres benévolos!

 

[Dr. Ferris, logo a seguir]: Não é preciso se preocupar com os intelectuais, Wesley. Basta botar alguns deles na folha de pagamento do governo e mandá-los pregar exatamente as coisas que o Sr. Kinnan mencionou: a idéia de que a culpa é das vítimas.

 

587

[Rearden reflete]: (...) quando a fuga à dor e não a busca pelo prazer como único incentivo para o esforço é a única recompensa para o trabalho (...).

 

591

[Ainda Rearden]: Quando se age com base na piedade e não na justiça termina-se punido. (...) e, se os culpados não pagam, então são os inocentes que têm que pagar.

(...)

O único poder do inimigo é a consciência da vítima.

 

593

[Willers conversa com um funcionário não identificado]: Sabe, acho que não consigo acreditar nisso tudo que está acontecendo agora. Sei que está acontecendo para valer, mas não acredito. Fico achando que a loucura é o estado em que a pessoa não sabe o que é real e o que não é. Bem, o que é real agora é uma loucura, e, se eu aceitá-lo como real, perco o juízo, não é?

 

603

[Danneskjöld conversa com Rearden]: Robin Hood é tido como o primeiro homem que assumiu ares de virtude por fazer caridade com dinheiro que não era seu, por distribuir bens que não produzira, por fazer com que terceiros pagassem pelo luxo de sua piedade.

 

Enquanto os homens não aprenderem que, de todos os símbolos humanos, Robin Hood é o mais imoral e o mais desprezível, não haverá justiça na Terra nem possibilidade de sobrevivência para a humanidade.

 

612

[Gilbert Keith-Worthing]: Vamos parar de falar em liberdade. A liberdade é impossível. O homem jamais pode estar livre da fome, do frio, da doença, dos acidentes. Ele jamais pode estar livre d tirania da natureza. Então por que reclamar da tirania de uma ditadura política?

 

634

O homem da suíte A, vagão nº 16, era um humanitário que certa vez dissera: “Os homens capazes? Não me importa que sofram eles têm de ser castigados para que os incompetentes possam viver. Francamente, não me importa se isso é justo ou não. Orgulho-me de não fazer justiça aos capazes, quando o que está em questão é a piedade para com os necessitados.

 

646

[Francisco]: Foi culpa nossa. Produzimos a riqueza do mundo, mas deixamos que nossos inimigos elaborassem seus código moral. (...) A moralidade deles é a dos seqüestradores. (...) Sem nós, são como cadáveres, e só produzem veneno, em vez de riquezas e alimentos, o veneno da desintegração que transforma os homens em bandos de comedores de carniça. (...) Não entregue a eles a sua mente! O destino do mundo depende dessa decisão!

 

689

[Ex-funcionário da Motores Século XX]: Mas então decidiram que ninguém tinha o direito de julgar suas próprias capacidades e necessidades (...) Tudo era resolvido na base da votação. Tudo era resolvido em assembléia duas vezes por ao. (...) Bastou a primeira pra a gente descobrir que todo mudo tinha virado mendigo. (...) O jeito era chorar miséria, porque era a sua miséria, e não o seu trabalho, que agora era a moeda corrente de lá. (...) Não há maneira melhor de destruir um homem do que obriga-lo (...) a se esforçar por fazer o pior possível dia após dia. (...) Não demorou muito para a gente entender como a coisa funcionava. Todo aquele que resolvia agir certinho tinha que se abster de tudo. Tinha que perder toda a vontade de gozar qualquer prazer, não gostar de fumar um cigarro nem mascar um chiclete, porque alguém podia ter uma necessidade maior do dinheiro gasto naquele cigarro ou chiclete. (...) Cada um que aprovou o plano achava que, num sistema assim, conseguiria faturar em cima dos lucros dos homens mais capazes. (...)  Perdemos nossos melhores engenheiros, superintendentes, chefes, os trabalhadores mais qualificados.

 

PARTE III – A = A

 

747

[Galt justificando suas contratações]: Um é professor de economia e não conseguia arranjar emprego lá fora porque ensinava que não se pode consumir mais do que se produz. O outro é professor de história e não conseguia arrumar emprego porque ensina que não foram os favelados que construíram este país. E o terceiro é um professor de psicologia que não conseguia arrumar emprego porque ensina que os homens são capazes de pensar.

 

751

[Wyatt, explicando os princípios de vida no Vale]: Aqui trocamos realizações, não fracassos; valores, não necessidades. Somos todos livres em relação uns aos outros, porem todos crescemos juntos. Riqueza, Dagny? E que riqueza é maior do que ser dono da sua própria vida e empenhá-la no crescimento? Toda coisa vira precisa crescer. Não pode parar. Ou cresce ou morre.

 

764

[Professor Hugh Akston]: Jamais fazemos afirmações. Este é o crime moral característica de nossos inimigos. Nós não dizemos, e sim mostramos. Não alegamos, provamos.

 

767

[Akston]: Todo trabalho é um ato filosófico.

 

769-772

[GALT]:

A espoliação da capacidade foi o objetivo de todas as seitas que já pregaram o autossacrifício. (...) O homem agora se elevará por obra dos esforços que não fez, será honrado pelas virtudes que não demonstrou ter, será pago pelos bens que não produziu. (...) Trabalharemos sob decretos e controles, criados por aqueles que são incapazes de trabalhar. (...) O plano deles, como os planos de todos os reis saqueadores que já existiram, só prevê que o saque dure até o fim de suas vidas. (...) É mau ser empregador? Não oferecemos mais empregos. É mau possuir propriedade? Não possuímos nada. É mau gozar a vida? Não buscamos gozar nada do mundo deles, (...).

 

774

[Dr. Hendricks]: Muitas vezes me espanto diante da presunção com que as pessoas afirmam seu direito de me escravizar, controlar meu trabalho, dobrar minha vontade, violar minha consciência e sufocar minha mente - -porque o elas vão esperar de mim quando eu as estiver operando? (...) Me recusei a nascer com pecado original.

 

822

[Akston]: Todo homem constrói seu mundo à sua imagem e semelhança. Ele tem o poder de escolher, mas não tem o poder de fugir à necessidade de escolher.

 

828

[Dagny]: (...) nenhuma luta era dura, se era esta a natureza da existência.

 

830

[Galt]: (...) nenhum homem representa uma ameaça aos objetivos dos outros, se os homens compreendem que a realidade é um absoluto que não pode ser falseado, que a mentira não funciona, que o gratuito não pode ser possuído, que o imerecido não pode ser dado, que a destruição de um valor que existe não confere valor ao que não existe.  

 

894

[Rearden]: O homem que mente para o mundo é escravo do mundo dali em diante. (...) Não existem mentiras benévolas, só existe destruição, e as mentirinhas benévolas são as mais destruidoras de todas.

 

932

[James]: Hoje em dia, ninguém mais faz favores se não há nada a ganhar em troca. e o que está em jogo é cada vez maior. As tocas de toupeira, para empregar a sua expressão, são tão complexas, tão emaranhadas e interligadas que todo mundo sabe alguma coisa que compromete todos os outros, e ninguém ousa fazer nada porque não sabem quem vai ser o primeiro a abrir o jogo, nem como nem quando.

 

953

[Dagny]: (...) se perguntava se ela algum dia conseguiria compreender a essência do criminoso, a natureza da fidelidade à ideia de negar as ideias. (...) Este era o objetivo de todos esses vigaristas das bibliotecas e salas de aula, que vendiam suas revelações, como se fossem a razão; seus “instintos”, como se fossem ciência; seus desejos, como se fossem conhecimento. Este era o objetivo de todos os selvagens do não objetivo, do não absoluto, do relativo, do provisório, do provável, de todos os selvagens que, ao ver um agricultor fazendo a colheita, só podem encara o fato como um fenômeno místico desvinculado da lei da causalidade e criado pela vontade onipotente doa agricultor, e que, em seguida, se apossam do agricultor, o acorrentam, roubem-lhe os instrumentos de trabalho, as sementes, a água, a terra, para depois empurra-lo até uma rocha nua e lhe dar a ordem; “ Agora faça uma plantação e nos dê alimentos!”

 

971

[Rearden]: Era como culpar a vitima de um assalto de corromper a integridade do marginal (...) não eram os burocratas saqueadores que assumiam a culpa, e sim os industriais acorrentados; não os homens que vendiam favores legais, e sim os homens que eram obrigados a comprá-los. (...) A única culpa das vitimas era o fato de aceitarem que eram culpados.

 

977

[Dr. Stadler]: Do mesmo modo que os leigos deixam a medicina para os médicos e eletrônica para os engenheiros, as pessoas que não estão capacitadas para pensar devem deixar a tarefa de pensar exclusivamente a cargo dos peritos e ter fé na sua autoridade. Apenas os peritos são capazes de compreender as descobertas da ciência moderna, as quais provaram que o pensamento é uma ilusão e a mente é um mito.

 

1016

[Rearden]: (...) outros elaboraram complexos sistemas filosóficos para destruir gerações ou estabeleceram ditaduras para destruir um país, também Lilian, sem possuir outra arma que não a feminilidade, tomara como objetivo a destruição de um homem. (...) Eis o aborto da ideia da interdependência coletiva, da doutrina da não identidade, não propriedade, não fato, pensou ele. A ideia de que a estatura moral de um indivíduo está à mercê da ação de um outro.

 

[Quando a realidade contradiz o planejamento, todos (no poder) são passageiros em uma locomotiva desimbestada morro abaixo, apenas se agarrando a uma esperança de que algo vai acontecer e salvá-los.]

 

[Rearden]: (...) os gatos ensinam seus filhos a caçar, as aves se esforçam tanto para fazer com que seus filhotes aprendam a voar – e, no entanto o homem, cuja sobrevivência depende de sua mente, não apenas não ensina seus filhos a pensar como também dá a eles uma educação que visa destruir seus cérebros, convencê-los de que o pensamento é fútil e malévolo, antes mesmo que eles comecem a pensar.

 

[Rearden criticando a educação dada pelos pais]: Quem é você para pensar? (...) Quem é você para saber? Os burocratas é que sabem. Quem é você para protestar? Todos os valores são relativos!

 

[DO DISCURSO DE JOHN GALT NO RÁDIO]:

 

Vocês exclamam que os pecados do homem estão destruindo o mundo e maldizem a natureza humana por ela se recusar a exercer as virtudes que existem nela. Como para vocês virtude é sacrifício, exigem cada vez mais sacrifícios a cada desastre que acontece. (...) Sacrificaram a riqueza em nome da necessidade. Sacrificaram o amor-próprio em nome do auto-sacrifício. Sacrificaram a felicidade em nome do dever. (...) Estamos em greve contra a doutrina de recompensas imerecidas e deveres não recompensados.

 

Durante séculos, a luta da moralidade foi travada entre aqueles que afirmavam que a sua vida pertence a Deus e aqueles que afirmavam que ela pertence ao próximo.

 

A mente do homem é o instrumento básico de sua sobrevivência. A vida lhe é concedida, mas não a sobrevivência. Seu corpo lhe é concedido, mas não o seu sustento. Sua mente lhe é concedida, mas não o seu conteúdo.

 

(...) o fato é que o homem é um ser cuja consciência tem poder de escolha.

 

“Valor” é aquilo que se age para ganhar ou conservar; “virtude” é o ato por meio do qual se ganha ou se conserva o valor.

 

Só há duas alternativas fundamentais no universo – existência ou não existência (...)

 

A história do homem tem sido uma luta voltada para a negação e a destruição de sua mente.

 

Um código aceito por escolha é um código moral.

 

A felicidade é aquele estado da consciência que decorre da realização dos valores que se tem.

 

Uma folha não pode ser uma pedra ao mesmo tempo que é uma folha; não pode ser toda vermelha e toda verde ao mesmo tempo e não pode congelar e queimar simultaneamente. A é A.

 

Todos os desastres que destruíram seu mundo decorreram da tentativa de seus líderes de fugir do fato de que A é A.

 

Toda atividade racional é um processo de identificação e integração. (...) Chegar a uma contradição é confessar um erro de raciocínio; manter uma contradição é abdicar da própria mente e se exilar do domínio da realidade.

 

A verdade é o reconhecimento da realidade (...).

 

O não pensar é um ato de aniquilamento, um desejo de negar a existência, uma tentativa de apagar a realidade.

 

O homem precisa de três coisas como valores supremos e dominadores de sua vida: razão, determinação e amor-próprio.

 

[A moralidade para uma vida plena teria que estar ancorada em]: Independência, Integridade, Honestidade, Justiça, Produtividade e Orgulho.

 

O homem que deixa que um líder determine seu percurso é um veículo amassado sendo rebocado para o ferro-velho.

 

Não entro em discussão com aqueles que acham que podem me proibir de pensar.

 

O mal é impotente e só dispõe do poder que lhe permitimos arrancar de nós.

 

Considerar pecado humano algo que não depende de sua escolha é escarnecer da m oralidade. Considerar a natureza do homem um pecado é escarnecer da natureza. Puni-lo por um crime que ele cometeu antes de nascer é escarnecer da justiça. Considera-lo culpado de algo em que não existe a possibilidade de inocência é escarnecer da razão.

 

O mal do homem – acusam eles – é o fato de ele ser homem. Sua culpa – segundo eles – é estar vivo. (...) O bem do homem, dizem ambos [os místicos do espírito e os místicos dos músculos], é abrir mão de seus desejos individuais, negar a si próprio, renunciar a si próprio, render-se.

 

Se alcançar a carreira que sempre quiseram após anos de esforço, isso não é sacrifício; se renunciam a ela em favor de um rival, isso sim é sacrifício. (...) Sacrificar é abrir mão de um valor.

 

O homem cujos atos contradizem as suas convicções, não passa de um hipócrita barato.

 

Seu eu é a sua mente; quem renuncia a elas se torna um pedaço de carne pronto para ser engolido pelo primeiro canibal que passar.

 

[Para “eles” a regra de conduta moral é]: se vocês desejam algo, isso é mau; se os outros desejam alto, isso é bom; se a motivação de seu ato é seu bem-estar, não o realizem; se a motivação é o bem–estar dos outros, então vale tudo. (...) é para a própria felicidade que vocês têm que servir à felicidade dos outros. (...) Não, os que recebem não são maus, desde que não mereçam o valor que lhes deram. (...) É imoral vier do próprio trabalho, mas é direito viver do trabalho dos outros. (...) É mau criar a própria felicidade, mas é bom gozá-la quando o preço dela é o sangue dos outros. (...) É a infelicidade que lhes dá o direito de ter recompensas.

 

Numa moralidade do sacrifício, o primeiro valor sacrificado é a moralidade; o seguinte é o amor-próprio. Quando a necessidade é o padrão, todo homem é ao mesmo tempo vitima e parasita. Como vitima, ele precisa trabalhar para satisfazer as necessidades dos outros, colocando a si próprio na posição de parasita das necessidades que devem ser satisfeitas por outrem. (...) Amar um homem por suas virtudes é mesquinho e humano, diz essa moralidade; amá-lo por seus defeitos é divino.

 

Os mundos sem matéria e sem lucro por eles propostos são terra em que nos rios corre café com leite, grota vinho de pedras quando eles assim ordenam, caem pastéis do céu quando abrem a boca.

 

A lei da causalidade não permite comer o bolo antes de fazê-lo.

 

Eles afirmam que a honestidade consiste em se recusar a saber que se está roubando.

 

A verdade é qualquer coisa que as pessoas queiram que seja. (...) não há fatos objetivos, há apenas desejos arbitrários de pessoas.

 

Não se iludam quanto ao caráter dos místicos. Através dos séculos, o objetivo deles sempre foi minar a sua consciência e sua única volúpia sempre foi a do poder – o poder de dominá-los pela força.

 

(...) todo aquele que rejeita a realidade rejeita a existência.

 

Todo ditador é um místico, e todo místico, um ditador em potencial. O místico quer que os homens lhe obedeçam, não que concordem com ele. (...) A razão é o inimigo que ele teme. (...) e quando lhe obedecem, ele passa a dar ordens contrárias, pois o que quer é a obediência pela obediência, a destruição pela destruição.

 

Eles não querem possuir a sua fortuna: querem que vocês a percam.

 

(...) o professor que, sendo incapaz de pensar, sente prazer em estropiar as mentes de seus alunos; o negociante que, para proteger sua estagnação, sente prazer em acorrentar a capacidade dos seus concorrentes; (...) A morte é a premissa das teorias deles, a morte é o objetivo das ações deles na pratica – e vocês são suas ultimas vítimas.

 

Vi que chega um ponto, na derrota de todo o virtuoso, em que o mal necessita do consentimento desse homem para vencer – e que nenhum mal que os outros lhe possam fazer terá sucesso se ele lhes negar seu consentimento. Vi que eu podia dar fim aos absurdos cometidos por vocês, pronunciando mentalmente uma única palavra. Pronunciei-a: “não”.

 

Todo místico sempre quer escravos, para se proteger da realidade material que teme. (...) Quando vocês pedem a propriedade coletiva dos meios de produção, estão pedindo a propriedade coletiva da mente.

 

[seu princípio]: vocês são incompetentes para viver as próprias vidas, porém têm competência para mandar nas dos outros.

 

“É humano!”, exclamam vocês em defesa de toda depravação, atingindo o estágio de auto-degradação em que se tenta fazer com que o “humano” signifique fraqueza, estupidez, vadiagem, mentira, fracasso, covardia e fraude e se pretende exilar da espécie humana o herói, o pensador, o produtor, o inventor, o forte, o decidido, o puro – como se “sentir” fosse humano, mas pensar não fosse; como se o fracasso, e não o êxito, fosse humano; como se a corrupção, não a virtude, fosse humana. Como se fosse própria do homem a premissa da morte, e não a premissa da vida.

 

Elogiam qualquer empreendimento que se pretenda não lucrativo e maldizem os homens que ganharam os lucros que tornaram viável o empreendimento. “Bem-estar do público” é o bem-estar daqueles que não o merecem; os que merecem não precisam de bem-estar.

 

Vocês pretendem fazer com que nos sintamos culpados de nossas virtudes na presença dos seus vícios, suas feridas e seus fracassos – culpados de ter sucesso, culpados de gozar a vida que vocês maldizem, embora nos implorem que os ajudemos a viver.

 

A estrada da história do homem é uma sequência de silêncios e imensidões estéreis erodidas pela fé e pela fora, com apenas uns poucos momentos de luz do sol, em que a energia libertada dos homens dotados de mentes realizou maravilhas que fizeram vocês se deslumbrarem, admirarem e imediatamente destruírem.

 

Qual é o monumento ao triunfo do espírito humano sobre a matéria: os barracos imundos à margem do Ganges ou os arranha-céus de Nova York?

 

Jogam fora a chave, depois choram porque todas as portas estão trancadas para vocês.

 

O homem que se recusa a julgar, que nem concorda nem discorda, que afirma não haver absolutos e acredita desse modo se esquivar das responsabilidades – esse homem é responsável por todo o sangue que [poderá vir a ser derramado] no mundo.

 

O homem do meio é o calhorda que silencia a verdade para fingir que não há escolha nem valores.

 

(...) quando a lealdade a um objetivo inarredável é abandonada pelos virtuosos, ela é assumida pelos canalhas (...)

 

Primeiro (...) aceitaram que era imoral viver para si próprios, porém era correto viver para seus filhos. Depois (...)

 

(...) a maioria dos místicos dos músculos começaram como místicos do espírito (...)

 

(...) a maioria dos místicos dos músculos (...) vivem correndo das suas universidades para as colônias de escravos (...) e para a lama mística da Índia, buscando qualquer refugio contra a realidade, qualquer forma de fugir da mente.

 

(...) o homem sabe que a necessidade desesperada de amor-próprio é uma questão de vida ou morte.

 

Todo ato na vida do homem depende da vontade (...).

 

(...) aceitem o fato de que todo conhecimento que o homem adquire é fruto da própria vontade e do próprio esforço, e que isso é o que o distingue no Universo, essa á a sua natureza, sua moralidade, sua glória.

 

(...) somente um escravo pode trabalhar sem o direito de guardar para si o produto de seu esforço.

 

O único objetivo correto de um governo é proteger os direitos do homem, ou seja: protegê-lo da violência física.

 

[o que está sendo proposto é] que os homens formem gangues e disputam o controle das leis, que são empregadas como porretes para derrubar rivais, até que uma outra gangue as arranca das mãos da anterior e as use para agredir outras gangues (...)

 

O sistema deles é uma forma de chantagem branca que visa roubar seu sangue, não com base nos seus pecados, e sim no seu amor à vida.

 

As hordas de selvagens jamais constituíram obstáculos para os homens que marcham sob o estandarte da mente.

 

Juro, por minha vida e por meu amor a ela, que jamais viverei por outro homem, nem pedirei a outro homem que viva por mim.

 

1115

[Fim do Discurso de Galt]

 

A força é só o que eles conhecem, a força, a fraude e o saque!